Os atletas do trampolim acrobático masculino do Brasil terão uma sensação agridoce nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. Se por um lado vão poder competir em casa com o apoio da torcida, por outro sabem que o evento vai marcar o fim de um projeto importante: a seleção brasileira.
O sonho de ir para os Jogos Olímpicos fica mais distante na visão dos atletas do Pan |
Após a participação no Pan, a seleção de trampolim será dissolvida. Assim, o sonho de ir para os Jogos Olímpicos fica mais distante na visão dos dois atletas que competirão no Rio, Carlos Ramirez e Rafael Andrade.
"Para Pequim a gente estava no caminho certo, mas agora cada um vai treinar no seu clube. A gente estava vivendo um ritmo bom e fica triste em quebrar esse ritmo de treinamento.Isso influencia muito", lamenta Ramirez.
"A gente foi avisado meio por alto, não sabemos o que a CBG (Confederação Brasileira de Ginástica) vai fazer. Mas no clube não tem a mesma infra-estrutura da seleção. É uma perda muito grande. Foi um baque para todo mundo. Foi triste", completa Andrade.
Integrado à CBG há oito anos, o trampolim só conseguiu uma seleção permanente em 2005. Treinando em Curitiba com equipamentos de alto nível, os brasileiros começaram a conseguir alguns resultados de destaque no cenário internacional.
Pouco antes do Pan, Andrade ficou em 20° lugar em uma etapa da Copa do Mundo na Bélgica. "A gente já está começando a aparecer e competir com esses países da Europa. Agora fica mais difícil", diz o ginasta.
Para os atletas, agora o Pan terá outro valor. A exposição nos Jogos do Rio será a maior oportunidade de conseguir patrocínios. "A gente sabe que está no caminho certo e agora vai colher o fruto do trabalho desses dois anos. Mas precisamos de apoio", assinala Andrade.
Segundo a CBG, o fim da seleção masculina permanente de trampolim acrobático, que conta com cinco atletas, acontecerá porque o Pan do Rio era o maior objetivo da equipe.
"Vai ser dissolvida porque vamos fazer uma nova estratégia. O objetivo era o Pan. Agora vamos fazer a mesma coisa que fazemos no feminino, que é mandar o atleta para o clube e ajudar o clube na estrutura", disse a presidente da CBG, Vicélia Florenzano.
A dirigente não vê um bom custo-benefício na manutenção de um time que tem poucas chances de se classificar para a Olimpíada. "Hoje temos a chance de classificar apenas um atleta para a Olimpíada. Então o que fazer com os que não se classificaram?", questiona.