Dominica importa e faz caminho inverso no Caribe
Quem nasce lá é também dominicano, mas não confunda com a hispânica República Dominicana. Tudo culpa do dia da descoberta dos dois países. O país de colonização britânica foi descoberto em um domingo 13 de novembro de 1493, por Cristóvão Colombo. O nome Dominica vem da expressão latina "Dies Dominica" (em português "dia do senhor"), homenagendo a nova terra com o nome do dia sagrado para os católicos.
Apesar da descoberta do italiano a serviço do governo espanhol, a Dominica ficaria deixada de lado. Em 1763, os ingleses dominaram a ilha e, em 1805, o país virou uma colônia britânica. Mesmo sob domínio europeu, os índios conseguiram sobreviver e hoje mais de 3.000 deles habitam uma reserva (coisa rara no Caribe, em que a população indígena foi substituída pela a de origem africana). A justificativa para o fato raro na América é o relevo acidentado, que permitiu uma proteção dos nativos.
A independência total só veio mais de 150 anos depois. Em 1978, os ingleses deixaram a ilha livre. Como boa parte dos países emancipados, a independência não resolveu todos os problemas. Em 1980, foi descoberto que a nova administração tinha roubado toda a riqueza dos dominicanos, o que até hoje tem reflexo: a pobreza gira em torno de 30% e o desemprego em 23% da população.
Após o fato, eleições foram feitas naquele mesmo ano, e Eugenia Charles foi empossada como a primeira-ministra -à época, a única mulher a ocupar tal cargo no Caribe.
A economia da Dominica é baseada toda no turismo ao redor. É também lá que se situa o segundo maior lago de água quente do mundo, conhecido como Boiling Lake, localizado em área vulcânica. Perde apenas para o Frying Pan Lake, da Nova Zelândia.
Com uma população de 70 mil habitantes, menos que o bairro carioca de Botafogo, os dominicanos são, em sua grande maioria, descendentes de escravos.
No esporte, o atletismo é o mais forte do país. Jerome Romain é o ídolo da história de Dominica. Foi medalha de prata no salto triplo no Pan-Americano de Mar del Plata, em 1995. A única até hoje.
Em 1999, Romain, que é nascido em Saint-Martin (ilha que pertence à França), se naturalizou francês e começou a competir pelo país europeu. Não obteve resultados muito expressivos e agora é técnico de uma universidade dos EUA. Apesar da colonização inglesa, a França influencia muito Dominica, afinal, as ilhas francesas Martinica e Guadalupe são vizinhas.
Para o Pan-Americano do Rio, os dominicanos devem levar uma delegação bem diminuta. O velocista Chris Lloyd, nascido no Texas (EUA), deve ser o destaque da delegação. Foi ele que levou a bandeira do país em Santo Domingo, em 2003.
Tanto Romain, como Lloyd, são atletas tipo importação que fazem o caminho inverso da maioria dos país que acaba exportando seus atletas para os países de maior expressão, como EUA e a Europa.
Ouro
Prata
Bronze
