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Família Grael se destaca desde os primórdios

AFP

Irmãos Lars e Torben Grael conversam durante a Olimpíada de Sydney-00

A vela, como esporte, nasceu no Brasil nas águas da Baía de Guanabara, justamente onde será disputado o Pan-Americano do Rio de Janeiro. O primeiro clube fundado foi o Yatch Club Brasileiro, em 1906, no bairro de Botafogo, na zona sul carioca. Quatro anos depois, o clube se mudou para Niterói, onde existe até hoje.

Um dos pioneiros da engenharia naval brasileira tem uma ligação direta com o sucesso da vela olímpica brasileira hoje: Preben Schmidt, que em 1936 ajudou a modernizar e popularizar a primeira classe de barcos criada no país, a Hagen Sharpie, desenhada por Harry Hagen em 1915.

Preben é avô de Torben Grael, o maior atleta olímpico brasileiro, dono de cinco medalhas nos Jogos, duas delas de ouro, número inédito na vela mundial. Além disso, fazem parte da família ainda Lars Grael, duas vezes medalhista de bronze olímpico, irmão de Torben, e os tios da dupla, Eric e Axel Schmidt, medalhistas pan-americanos e os primeiros brasileiros campeões mundiais, em 1961.

Os primeiros heróis da vela brasileira surgiram no primeiro Pan-Americano, em 1951, em Buenos Aires. Até então, a vela não era um dos esportes mais valorizados no país. Por isso, a medalha de ouro de Gastão Souza e Roberto Bruno, na classe Star, e a prata de Geraldo Luiz Matoso e Jean Robert Maligo, na Snipe, surpreenderam.

A surpresa não voltou a ocorrer durante 12 anos. Somente com o Pan de São Paulo, em 1963, o Brasil se consolidou como potência da vela no continente. Nas águas da Represa da Guarapiranga, velejadores verde-amarelos conquistaram cinco medalhas, três delas de ouro.

Nas Olimpíadas, o Brasil também é uma potência. Em Atenas-2004, o país conquistou duas medalhas de ouro, com a dupla Torben Grael e Marcelo Ferreira, na Star, e Robert Scheidt, na classe Laser. Os três, aliás, são os maiores medalhistas da modalidade no país. Torben é dono de cinco conquistas, contra três de Scheidt e Ferreira.

Do trio, porém, o único que nunca ganhou medalhas em Pan-Americanos é Marcelo Ferreira, pois a classe em que sempre velejou, a Star, não faz parte do currículo do Pan desde 1991. Torben foi ouro em 1983 e prata em 1987 na classe Soling. Scheidt é tricampeão da Laser e luta pelo tetra no Rio de Janeiro.

Fora da vela em monotipo (barcos iguais, como os disputados em Pans ou Olimpíadas), novamente Torben Grael é a grande estrela da modalidade. Em 2000, ele se tornou o primeiro brasileiro a disputar a final da Copa América, a bordo de um veleiro italiano. Em 2005, ele comandou o Brasil 1, primeiro barco brasileiro a disputar a Volvo Ocean Race, a mais famosa regata de volta ao mundo.