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Como esporte, tiro com arco chegou de avião

Folha Imagem

Índios já praticavam o arco e flecha no país antes do Descobrimento em 1500

No Brasil, o arco e flecha começou a ser praticavam pelos índios que habitavam o país antes mesmo da chegada dos portugueses. Como modalidade esportiva, o tiro com arco chegou de avião. O principal agente desta viagem foi Adolpho Porta, um comissário de vôo da Panair do Brasil que em 1950 morava em Lisboa, capital portuguesa.

Em um evento anual luso, chamado Feira Popular, Adolpho conheceu o marceneiro Arlindo, dono de um stand de tiro com arco. Apaixonou-se pelo esporte e acabou se tornando sócio do Glória Atlético Clube, onde começou a praticar os tiros.

Cinco anos depois, Adolpho teve que retornar ao Brasil. Na mala, trouxe alvos, arcos e flechas fabricados pelo amigo, além do regulamento da federação internacional de tiro com arco que lhe fora doado pelo então presidente da federação portuguesa da modalidade, Manoel da Silva.

Adolpho chegou determinado em difundir o esporte pelo país. Foi então ao Fluminense Futebol Clube onde conheceu Rocir Silveira, que por sua vez apresentou Adolpho a Waldemar de Oliveira, comerciante de artigos de caça e pesca e membro do Clube Carioca de Tiro. Rapidamente Adolpho conheceu os filhos de Waldemar, que decidiram divulgar o esporte.

Assim, a primeira prova foi realizada em 1955, no Rio de Janeiro, e patrocinada pelo Clube de Tiro e Diário de Notícias. O Fluminense até tentou abiscoitar o troféu e se apresentou com uma equipe feminina, mas o vencedor foi justamente Adolpho Porta.

Depois disso, o jornal O Globo também se envolveu na divulgação do tiro com arco e criou a prova "Flecha de Prata", espalhando diversos cartazes pelas vitrines das lojas cariocas.

O esporte estava caindo nas graças da população. E dos clubes, que começaram a criar times de tiro com arco. Os primeiros foram: Clube Carioca de Tiro, Andaraí Atlético Clube, Clube de Regatas Vasco da Gama, Riachuelo Tenis Clube, Fluminense Futebol Clube e Clube Municipal.

Começaram a surgir alguns grandes nomes brasileiros como Jamil Ajuz, Bento Belpomo e Nelson Bastos. Foi o gatilho para que, em 1958, fosse fundada a Federação Metropolitana de Arco e Flecha, no Rio de Janeiro. Então, algumas associações foram criadas fora do estado carioca, como São Paulo e Minas Gerais.

Entretanto, a década que mais ficou marcada na evolução do tiro com arco no Brasil foi a de 70. Nesta época o pais promoveu o Primeiro Torneio Internacional e contou com a participação da Argentina e Uruguai. O campeão individual foi o brasileiro Renato Joaquim Emílio.

Em 1972 o Brasil conseguiu se filiar a FITA (Federação Internacional de Tiro com Arco) e teve sua primeira delegação enviada ao Campeonato Mundial, formada pelos arqueiros Renato Joaquim Emílio e Arcy Kempner.

Depois disso o esporte se sentiu independente o suficiente para abandonar a CBD (Confederação Brasileira de Desportos), à qual era filiada, e formar a CBDT, Confederação Brasileira de Esporte Terrestre junto com outros esportes.

Começou então a participação de brasileiros em Jogos Pan-Americanos e Jogos Olímpicos. No Pan, a primeira medalha foi também quando a modalidade estreou nos Jogos, em 1979. Aracy Kemper foi o brasileira que estreou o pódio, com uma medalha de bronze. Em 1983 mais três bronzes. Renato Emílio e a equipe formada por Martha Emílio, sua irmã, Cláudia Vasques, e Angela Fernández. Desde então, nenhuma outra medalha foi conquistada pela seleção brasileira.

Nas Olimpíadas, os brasileiros participaram de quatro edições: 1980 - Moscou, 1984 - Los Angeles, 1988 - Seul, 1992 - Barcelona, porém sem nenhuma medalha.