Data e local de nascimento:
06/08/1959, em Brusque (SC)
Peso/Altura:
90 kg / 1,80 m
Residência:
Brusque (SC)
Categoria:
Carabina deitado
Participações no Pan:
Rio de Janeiro-2007
Campanha no Pan do Rio:
14º na carabina deitado
Luiz Bork
Aos 48 anos, o catarinense Luiz Bork ainda é um garoto quando o assunto é tiro. Apesar da idade, ele começou a praticar o esporte há "apenas 16 anos", como ele próprio define. "Eu comecei velho. Atiro desde 91. Isso dá o quê? 16 anos? Acho que é isso".
Dono de uma personalidade forte, Bork foi o primeiro colocado na seletiva de carabina deitada. Ao final da seletiva, foi direto em seus planos para o Pan. O evento, aliás, não é uma prioridade sua. Pelo menos, não diretamente.
Antes das competições, ele chegou a afirmar: "Dá para brigar por medalha, sim. Mas eu sou do tipo que não acredita muito em Pan-Americano. Meu sonho mesmo é ir a uma Olimpíada. E se tiver que ir para o Pan antes, que seja", afirma o atirador.
Esse jeito meio seco, meio sincero, é sua marca. Ao falar sobre a sua preparação, ele descartou sua ida aos Estados Unidos. O motivo? Antipatia. "Eu não tenho visto, é difícil tirar. Mas, para falar a verdade, eu não gosto muito de ir para lá. É muita arrogância".
Mas não foi assim tão fácil conseguir vaga para Pequim. Antes disso ele teria que obter um bom resultado no Pan e logo nas eliminatórias da sua modalidade, Bork ficou com a 14ª colocação e não se classificou entre os oito melhores que foram à final.
Para começar no esporte, Bork foi "atrás de um amigo, que me ensinou". Segundo ele, o amigo o levava para atirar todos os sábados. "Mas, depois de um tempo, só aos sábados não estava dando. Aí resolvi montar um estande na minha cidade. Hoje atiro três vezes por semana", conta o veterano, que apesar da idade foi ao seu primeiro Pan.
"Eu só acreditei que iria ao Pan na última seletiva, quando terminei em primeiro lugar. Procuro não pensar muito em resultado, para não colocar na minha cabeça mais do que eu posso conseguir. É pensar em fazer bem", afirma.
Eletricista, ele tem problemas para arranjar dinheiro e tempo para treinar. "Gasto quase mais do que eu ganho com tiro. Se eu não precisasse gastar tanto, se contasse com mais apoio para comprar munição, equipamento, eu poderia melhorar muito. Hoje eu treino três vezes por semana, umas três horas seguidas. Mas só quando eu tenho disposição. Às vezes o trabalho do dia cansa".
Pensando em casos como o seu, Bork não tem esperança em uma melhora no nível dos atiradores brasileiros. "No Brasil, não dá para ser profissional do tiro. Você tem poucos atletas, pouco apoio. A mentalidade do esporte é muito pequenininha. Aqui no Brasil o atleta primeiro tem que se destacar, para depois ganhar um apoio".