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Luta desafia escassez de recursos e medalhas

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Antoine Jaoude exibe única medalha do Brasil em Santo Domingo, de prata

Um dos primeiros registros da luta olímpica no Brasil vem da década de 40, quando o lutador "Tatu", no Rio de Janeiro, incentivou a prática do esporte através do telecatch. Naquela época, as lutas se misturavam: luta livre, vale-tudo, catch e luta olímpica, uma vez que não havia competições ou regulamentação. Duas décadas depois, em 1963, o Brasil participou dos Jogos Pan-Americanos, realizados em São Paulo, com destaque para o atleta Agenor "Baianinho".

Nos anos 70, a vinda do técnico mexicano Manuel de Andrade fez com que o esporte ganhasse novos adeptos e se espalhasse para outros centros, como Rio Grande do Sul, Bahia e Goiás. O esporte ganhou adeptos também pela simplicidade - ao contrário do judô e do taekwondo, a luta não requer o uso de quimonos, o que diminui os custos da modalidade.

Em 1979, o professor Roberto Leitão - pai do Roberto Leitão que disputou a Olimpíada da Barcelona-1992- fundou a primeira federação especializada em luta olímpica, a Federação de Lutas do Estado do Rio de Janeiro (FLERJ). No Brasil, a luta ainda era comandada pela Confederação Brasileira de Pugilismo (CBP). No mesmo ano, foi criada a Confederação Brasileira de Lutas Associadas (CBLA).

Em 1988, surgiu a Confederação Brasileira de Lutas (CBL), para substituir a antiga CBLA. Porém, a entidade durou até 1999, quando uma dissidência criou a Confederação Brasileira de Luta Olímpica Amadora (CBLOA). Dois anos depois, no entanto, a entidade sofreu nova mudança e voltou a se chamar Confederação Brasileira de Lutas Associadas.

Em Olimpíadas, o Brasil participou, sem destaque, das de Seul-1988 e Barcelona-1992. Na primeira, o país foi representado por Roberto Leitão (filho) e Floriano Spiess. Já em Barcelona, apenas Roberto Leitão se classificou.

Depois de 12 anos fora das Olimpíadas, a participação brasileira na luta voltou por índice técnico na luta livre com Antoine Jaoude. Grande destaque do Brasil no ano anterior, nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo-03, em que conquistou a medalha de prata na categoria acima de 97 kg, Jaoude teve presença breve nos Jogos.

Sem sorte, o único representante do país na luta ficou no mesmo grupo do atual bicampeão mundial, Eldar Kurtanidze, da Geórgia, e do duas vezes vice-campeão mundial, o iraniano Alireza Heidari, e perdeu as duas lutas.

Nos Jogos Pan-Americanos, o Brasil conquistou a primeira medalha logo na primeira edição, com Antenor da Silva em Buenos Aires-1951, na categoria até 90 kg da luta livre. Somente mais de três décadas depois veio a segunda, com Roberto Leitão, atual diretor técnico da CBLA, prata também na categoria até 90 kg em Indianápolis-87.

Em Santo Domingo-03, além do pódio de Jaoude, Rodrigo Artilheiro e Juliana Borges ficaram em quarto lugar na greco-romana. A luta feminina ainda não conquistou medalhas no Pan.