Era de Rodrigo já ultrapassa a do pai no Pan
Nelson Pessoa (esq) com o filho Rodrigo e Baloubet du Rouet
O hipismo foi introduzido no Brasil por um capitão do exército, Luiz Jacomé de Abreu de Souza, que em 1863 fundou a Escola de Equitação de São Cristóvão, na cidade do Rio de Janeiro. Como no resto do mundo, a atividade esteve monopolizada por militares até 1938, quando foi criada a Sociedade Hípica Brasileira. Pouco tempo depois, em 1941, foi criada a Confederação Brasileira de Hipismo.
Em Olimpíadas, a primeira participação do hipismo brasileiro aconteceu em Londres-1948. Nos Jogos seguintes, em Helsinque, um cavaleiro saído do Exército, Eloy Menezes, montando Biguá, ficou na quarta colocação no Prêmio das Nações, como é chamada a prova de salto. Ao lado de Renyldo Ferreira e Álvaro Dias Toledo, Eloy repetiu ainda o quarto lugar na prova de salto por equipes.
Ferreira com Nelson Pessoa na equipe conseguiria também a primeira medalha pan-americana do Brasil no hipismo, em 1959, nos EUA. O time, que tinha também Antonio Moraes Carvalho e Francisco Rabello, foi prata no salto por equipes. O surgimento de Nelson - considerado o melhor cavaleiro brasileiro de todos os tempos - deu nova cara ao esporte no Brasil.
Em Tóquio-1964, ele fez sua primeira aparição em Olimpíadas e levou o quinto lugar no concurso de saltos. No Pan, a história era ainda mais gloriosa. Três anos depois dos Jogos do Japão, o Brasil foi ouro pela primeira vez na prova por equipes de saltos em Winnipeg. Além de Nelson Pessoa e Renyldo Ferreira, Antonio Simões e José Reynoso estavam no grupo.
As medalhas do salto ficaram esquecidas a partir daí. O adestramento no Pan da Cidade do México deu a medalha de bronze por equipes ao Brasil. Fato que se repetiu em Caracas-83. Nestes Jogos, outra marca: Orlando Facada, que também esteve na disputa por equipes, foi bronze no individual. Esta foi a última medalha na modalidade.
Depois de passar em branco no Pan-87, o Brasil viu nascer a segunda geração do salto no país. Em 1991, a equipe ficou com o ouro, e Vitor Teixeira acumulou o bronze no individual também. Em 1995, Nelson Pessoa passou o bastão para o filho Rodrigo. Os dois estiveram no grupo que foi bicampeão no salto. Fato que se repetiria em Winnipeg, mas sem os Pessoa. Rodrigo, na época campeão do mundo, não participou. Teixeira foi destaque e também faturou o terceiro lugar no individual.
Em Mar del Plata-95, o Concurso Completo de Equitação (CCE) ganha força e fatura o ouro por equipes e um bronze individual - recorde até hoje não superado. Depois, as medalha se seguiram nos Pans; uma prata por equipe em 1999 e um bronze por equipe em 2003 (evento este que foi disputado dois meses depois nos EUA por falta de condição na República Dominicana).
No salto em 2003, ainda com a lembrança do amargo refugo de Baloubet du Rouet (cavalo de Pessoa) na Olimpíada de Sydney três anos antes, o Brasil só ficou com o bronze por equipes depois de uma fraca apresentação de Karina Johannpeter. Em 2007, a situação se inverte. Os brasileiros chegam ao Pan animados com a atual medalha de ouro olímpica de Pessoa e Baloubet em Atenas-2004.