Data e local de nascimento:
29/11/1972, Paris (FRA)
Peso/Altura:
60 kg/ 1,77 m
Residência:
Bruxelas (BEL)
Prova:
Salto
Cavalo:
Rufus
Participações no Pan:
Mar del Plata-1995
Rodrigo Pessoa
Nascido em Paris, o cavaleiro de 34 anos nunca viveu no Brasil. É filho de Nelson Pessoa, o Neco, uma lenda do hipismo nacional e, por muitos anos, técnico da equipe brasileira. Vive em Bruxelas (Bélgica), onde possui com pai um prestigiado centro de treinamentos. Com o ouro conseguido em Atenas-04, após a constatação de doping do cavalo do irlandês Cian O´Connor (primeiro colocado na Olimpíada), elevou Rodrigo ao status de melhor cavaleiro da história do Brasil.
A medalha teve o sentimento de redenção. Em 2000, quando era amplamente favorito ao ouro em Sydney, seu cavalo mais vencedor, Baloubet du Rouet, refugou três vezes no último percurso e o cavaleiro nem ao pódio subiu. A estréia em Jogos Olímpicos, porém, foi bem antes, em Barcelona-1992. Aos 19 anos, ele foi o cavaleiro mais jovem na competição e terminou em nono lugar no individual.
Com as inéditas medalhas por equipes em Atlanta e Sydney, só faltava uma conquista individual nos Jogos Olímpicos para coroar a carreira vencedora. Dela já faziam parte também três títulos da Copa do Mundo (1998, 1999 e 2000), conquistados com Baloubet, e ainda o Campeonato Mundial (1998).
Em Pan-Americano, a história é curta. A única medalha de Rodrigo é um ouro conquistado por equipes em Mar Del Plata, em 1995. Na época, seu pai, Nelson, saltou junto com ele, André Johanpeter e Vitor Alves Teixeira. Foi o segundo ouro pan-americano que o pai da dinastia Pessoa conseguia. Em 1967, em Winnipeg, ele havia chegado ao ponto mais do pódio também.
Em 1999 e 2003, Rodrigo abdicou dos Jogos Pan-Americanos bem quando se encontrava no melhor momento da carreira, com um tricampeonato da Copa do Mundo e com Baloubet em plena forma. Em Winnipeg, acompanhou o pai, técnico da equipe, e foi ao Canadá como auxiliar de Nelson. Para 2007, sua presença foi bastante questionada. Apesar do site do cavaleiro anunciar que uma medalha no Brasil é um dos seus sonhos, ele recusou inicialmente a pré-convocação do presidente da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH), Maurício Manfredi.
A negativa tinha um motivo claro: Rodrigo não concordava que as seletivas para escolher os outros membros da equipe fossem realizadas em território brasileiro, como foi estipulado. "Quero chegar ao Rio em condições de lutar pelo ouro. Podemos perder, mas precisamos ter a chance de dar mais esta vitória ao povo brasileiro dentro de casa", dizia o cavaleiro, que não acreditava no nível técnico das classificatórias brasileiras.
Outro problema enfrentado pelo cavaleiro foi a morte repentina e inesperada do seu cavalo Oasis, que era considerado o sucessor de Baloubet até então, no haras da família na Bélgica no final de maio. Comovido, Pessoa quase desistiu do Pan, mas deu confiança ao cavalo Rufus, de nove anos apenas, que vinha saltando esporadicamente. É com ele que Pessoa vai Rio.
Faltando um mês, Rodrigo e Bernardo Resende Alves - outro pré-convocado - foram intimados a aceitarem a convocação pela CBH. Depois de dois dias de conversa, eles confirmaram a participação na equipe, que teve César Almeida classificado nas seletivas brasileira. "Com o Bernardo, o Cesinha e eu, acho que a equipe já está forte. O Cesinha teve um desempenho excelente durante todo o processo seletivo", analisou.
O campeão olímpico se preocupava com a qualidade do time justamente porque o Pan vale a classificação para Olimpíada de 2008, provavelmente, a sua despedida (O Brasil precisa ficar entre os três primeiros para estar em Pequim).
"Depois das Olimpíadas de 2008, vou sentar e determinar a data de parar. Estou há 15 anos no circuito, é uma vida muito intensa. Quero me dedicar mais à família. Devo continuar o envolvimento com os cavalos, com o esporte, mas com certeza não terei isso como o meu dia-dia", afirmou Rodrigo, na época da Olimpíada de Atenas, quando viu nascer seu primeiro filho.