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Estrangeiros 'semeiam' ginástica artística no Brasil

AFP

Ícone da geração atual, Daiane possui melhor resultado olímpico brasileiro

Foi pelas mãos dos alemães que a ginástica artística, antes conhecida como olímpica, desembarcou no Brasil. No início do século 19, os germânicos que chegaram ao sul do país trouxeram na bagagem a prática da modalidade. Eram, em sua maioria, mestres de dança.

Embora o Rio Grande do Sul tenha recebido muitos alemães, foi em Santa Catarina que surgiu a Sociedade Ginástica de Joinville, fundada em 16 de novembro de 1858 e considerada a mais antiga da América do Sul.

Aos poucos, o esporte passou a se desenvolver também no eixo Rio-São Paulo. Tanto que os dois estados, ao lado do Rio Grande do Sul, foram os primeiros a criar suas federações regionais. Isso ocorreu em 1951, ano decisivo no crescimento da modalidade.

Nesta data a ginástica se filiou à Confederação Brasileira de Desportos (CBD) e, em seguida, à Federação Internacional de Ginástica (FIG). Contudo, a formação de uma entidade própria, em caráter nacional, só aconteceu em 25 de novembro de 1978, dia da fundação da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), presidida por Siegfried Fischer.

Depois de chegar pelos alemães, a modalidade recebeu grande incentivo no Brasil de outro estrangeiro, desta vez um sul-americano: o professor argentino Enrique Wilson Libertário Rapesta.

Criada a CBG, o Brasil estreou em Olimpíadas dois anos depois, na edição de 1980, em Moscou. Claudia Magalhães e João Luiz Ribeiro foram os primeiros a representar o país no esporte disputado nos Jogos desde 1896. Em Los Angeles-1984, outro casal levou o nome do Brasil: Gerson Gnoatto e Tatiana Figueiredo.

Luísa Parente, em 1992, e Daniele Hypólito, em 2000, conseguiram os melhores resultados até então do país, mas não entraram entre as dez primeiras. Isso só foi acontecer na última Olimpíada, quando Daiane dos Santos, cercada de muita expectativa e esperança de pódio, terminou em quinto lugar na prova individual de solo.

Na história do Pan, o Brasil possui apenas dois ouros na ginástica artística. E ambos foram conquistados por Luísa Parente, na edição de 1991, em Havana. Ela subiu ao lugar mais alto do pódio nas provas de salto e barras assimétricas.