Data e local de nascimento:
04/11/1975, no Rio de Janeiro (RJ)
Peso/Altura:
56 kg / 1,76 m
Residência:
São Paulo (SP)
Prova:
Florete
Participações no Pan:
Winnipeg-1999, Santo Domingo-2003 e Rio de Janeiro-2007
Campanha no Pan do Rio:
4º no florete por equipe
Maju
Em sua carreira, Maria Julia Herklotz acabou com dois jejuns nacionais. O primeiro foi quando competiu nos Jogos Pan-Americanos de 1999 e quebrou o tabu de 12 anos sem uma brasileira no florete do Pan. O segundo foi um feito ainda maior e aconteceu quando ela e Élora Pataro foram competir na Olimpíada de 2004, em Atenas. Fazia 68 anos que nenhuma brasileira disputava a modalidade nos Jogos.
Entretanto, Maju, como é mais conhecida, não começou como uma grande atleta. Muito pelo contrário. Em sua trajetória, muitas foram as vezes em que ela pensou em abandonar o esporte. "Comecei com 16 anos, havia muita diferença para quem tinha começado mais cedo e quando cheguei aos 18 anos estava quase encerrando".
Mas foi no auge do seu desânimo que ela conheceu o técnico que criou toda sua consciência de atleta e a fez acreditar que poderia competir em um Pan ou em uma Olimpíada. Guillermo Betancourt, um cubano medalhista de prata nas Olimpíadas de Barcelona que veio ao Brasil para treinar a seleção, foi o responsável pelo trabalho técnico e psicológico de Maju.
"Ele me inspirava no dia a dia e pelas suas conquistas", conta ela. Mas a inspiração não era suficiente. Porque foi justamente enquanto treinava com Guillermo que Maju começou a cursar a faculdade de arquitetura. "Era muito difícil essa fase. Eu treinava duas vezes por dia e muitas vezes cogitei deixar o esporte de lado para me dedicar à arquitetura". Mas não deixou, a atleta-arquiteta resolveu levar as duas coisas ao mesmo tempo.
Também foi com Guillermo que ela conquistou seu primeiro campeonato nacional, aos 22 anos. Desde então a camiseta usada naquele dia se tornou a "camiseta da sorte". E ela garante: "Dá sorte mesmo".
Hoje, ela mantém um escritório de arquitetura e é atleta. Mesmo com os treinos e os projetos, Maju garante que consegue fazer as duas coisas com qualidade. "Quando tenho uma viagem marcada já deixou tudo pronto. Aprendi a fazer as duas coisas com responsabilidade".
Mas mais uma vez veio a dúvida de se manter como atleta. O questionamento aconteceu em 2004, após as Olimpíadas. "Fiquei na dúvida se já tinha realizado um sonho muito grande até mesmo para o meu projeto de atleta, mas o fato de ser o Pan no Brasil me deu uma motivada". Desde então, ela resolveu investir nesse sonho, o de uma medalha Pan-Americana.
A conquista, porém, não aconteceu. Sem participar da prova individual, Maju disputou o florete por equipe ao lado de Silvia Rothfeld e Taís Rochel. O trio chegou à disputa do bronze, mas perdeu para Cuba e ficou no quarto lugar.