ESCOLHA UM ATLETA Athos Schwantes Camila Rodrigues Clarisse Menezes Deise Falci Fernando Linschoten Heitor Shimbo João Souza Maju Marcos Cardoso Patrício Runnacles Renzo Agresta Rhaoni Ruckheim Silvia Rothfeld Taís Rochel

Clarisse corre, nada, monta, atira e ainda joga esgrima. E foi nesta última modalidade, seu ponto forte, que a atleta disputou os Jogos Pan-Americanos de 2007. Não só disputou como garantiu o bronze na espada, tornando-se a primeira brasileira a conquistar uma medalha na esgrima em Pans.

Mas ela poderia estar competindo em outro esporte, o pentatlo moderno, no qual é reserva da seleção brasileira. As atribulações de Clarisse não param por aí. Ela ainda trabalha no centro de capacitação esportiva do Corpo de Bombeiros, no Rio de Janeiro. Mas, antes de ser tudo isso, Clarisse tem outra profissão: é dentista.

Além disso, nos finais de semana, a carioca faz jus às ondas do litoral do Rio de Janeiro surfando, ou melhor, tentando surfar junto com o marido. "Eu tento. Não é que eu pegue onda, eu pego a prancha e vou para o mar", brinca.

E ela garante que dá tempo de fazer tudo, muito embora tenha abandonado o consultório há algum tempo: "Dentista eu posso ser quando tiver com 60 anos", brinca. Mesmo assim a agenda de Clarisse é completamente cheia. Ao final do dia o cansaço é evidente, mas ela afirma que vale a pena. "Fico muito cansada, mas vale a pena. Seria melhor se eu não tivesse que trabalhar, mas preciso ganhar dinheiro. O esporte a gente faz por amor", conta.

Amor que começou no mesmo ano em que ela se formou dentista, 2003. "Até então eu só montava", diz ela quando conta que conheceu o pentatlo moderno. Mas o seu bom desempenho na espada a fez procurar competições especializadas. "Comecei a entrar em campeonatos, fui me dando bem e depois consegui a vaga para o Pan". No pentatlo moderno ela ficou em terceiro, mas caso desse certo competiria nas duas modalidades.

Para os Jogos de 2007, ela levou a mesma expectativa com a qual foi para Buenos Aires em 2006 para participar dos Jogos Sul-Americanos. "Fui pensando em fazer o meu melhor e ficar entre as oito melhores, mas acabei conseguindo uma medalha de bronze". Em julho deste ano, a idéia foi a mesma, e a conquista também.

Mas Clarisse tem um segredo que usa para se sentir melhor do que as adversárias que enfrenta. "Sempre entro na pista com o pé direito. Não é isso que vai me fazer ganhar, mas pelo menos sei que comecei da melhor forma". No Rio ela repetiu o ritual e mais uma vez deu certo.

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