UOL Esporte - Pan 2007
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Valmir Brustolin

Nome completo:
Ana Flávia Sgobin de Oliveira

Data e local de nascimento:
30/01/1980, em Americana (SP)

Peso/Altura:
60 kg /1,70 m

Residência:
Americana (SP)

Participações no Pan:
Rio de Janeiro-2007

Campanha no Pan do Rio:
Medalha de prata

Ana Flávia Sgobin

Aos 27 anos, Ana Flavia Sgobin é a mais velha dos quatro atletas brasileiros que competiram no bicicross do Pan. Mas nem por isso decepcionou. Conquistou a medalha de prata na sua estréia em Jogos Pan-Americanos.

Desde os cinco anos praticando a modalidade (de 2002 a 2004 se dedicou ao motocross), a paulista ficou a temporada passada afastada das pistas. A falta de apoio e as dificuldades financeiras quase a impediram de ir aos Jogos do Rio. "Eu ainda acompanhava algumas notícias sobre a inclusão do bicicross no programa do Pan, sabia que todo mundo estava se preparando, mas eu já tinha desistido de voltar a correr. Estava desanimada e precisava cuidar um pouco da minha vida", conta ela.

Foi quando, no fim de 2006, decidiu participar de uma etapa do Campeonato Paulista apenas para reencontrar os amigos. Na oportunidade, fez contato com uma equipe de Cosmópolis, que em seguida a convidou para integrar seu quadro de ciclistas e passou a dar o apoio que a paulista precisava.

"Só retornei por causa do Pan e porque o pessoal da minha equipe achou que eu tinha boas chances de conseguir uma vaga", diz Ana Flávia, que divide a vida de ciclista com a de esposa, empresária e estudante.

Formada em direito, a paulista começou a estudar ciências contábeis no começo de 2006 para assumir o escritório de contabilidade de seu pai, Félix. Além de já trabalhar no negócio da família, ainda cuida dos afazeres domésticos. Ana Flávia é casada há cerca de um ano e encontra no marido um incentivador.

"Sem o apoio dele seria impossível. Minha vida é bastante corrida, não tenho tempo para pensar em nada", argumenta a ciclista, que no currículo possui uma Copa do Mundo da Associação Americana de Bicicross (ABA), além de dez títulos brasileiros e 14 paulistas. Ela ostenta ainda o rótulo de ser a única do Brasil, entre homens e mulheres, a ficar entre os oito melhores em um campeonato mundial.

Diante dessa história, ela esperava voltar do Rio de Janeiro com, pelo menos, um lugar no pódio. "Tenho chance de brigar por uma medalha, mas claro que só no dia da prova saberei exatamente as condições, tanto dos adversários como da pista", dizia antes do Pan-2007.

Ana Flávia não só brigou pela medalha como conseguiu a prata. A argentina Gabriela Díaz, número 1 do ranking mundial da União Ciclística Internacional (UCI), ficou com a medalha de ouro e Kimmy Diquez, da Venezuela, garantiu o bronze. Para a ciclista, o segundo lugar foi perfeito, ou melhor indescritível: "Foi indescritível. Sabia que tinha chance, mas era muito difícil. Minha principal preocupação era a parte a parte física".