Data e local de nascimento:
26/03/1977, em Manaus (AM)
Peso/Altura:
77 kg / 1,88 m
Residência:
Manaus (AM)
Prova:
200 m e 4x100 m
Participações no Pan:
Rio-2007
Campanha no Pan-2007:
Medalha de ouro no 4 x 100 m; desclassificado nos 200 m
Sandro Viana
Classificado para a disputa dos 100 m rasos no Pan do Rio, Sandro Viana preferiu se poupar para os 200 m, sua especialidade. Conseguiu um quarto lugar na prova, mas foi desclassificado por ter saído de sua raia. No dia seguinte, a recompensa: Sandro fechou o revezamento 4 x 100 m do Brasil, que chegou ao tricampeonato pan-americano. Com o tempo de 38s81, o quarteto nacional deixou Canadá e Estados Unidos para trás.
Um resultado gratificante para quem já havia surpreendido ao entrar para a equipe brasileira do Pan, depois de vencer os 100 m e os 200 m no Troféu Brasil, última seletiva para os Jogos. Para conseguir levar o Amazonas ao Pan, o velocista do São Raimundo teve de apostar tudo em uma viagem a São Paulo. Em 2005, Viana esvaziou literalmente sua casa para levantar fundos para uma estadia de cinco meses na maior cidade do país, treinando com Katsuhico Nakaya, um dos técnicos do revezamento.
"Eu vendi tudo, geladeira, computador, televisão com rack... levantei uns R$ 2 mil. Esse dinheiro era para passar cinco meses e foi contado. Passei toda a necessidade que você pode imaginar", conta o corredor de 30 anos, casado e pai de duas filhas.
Ele se apresentou ao técnico e pediu para treinar. Ficou no alojamento do ginásio do Ibirapuera, para poder ficar perto da pista. O esforço inicial rendeu frutos e, no mesmo ano, Viana foi bronze na Universíade, nos 100 m.
Sandro Viana começou a correr aos 24 anos, depois de acompanhar uma competição de atletismo em Manaus e ver em ação o velocista Claudinei Quirino, medalhista olímpico e mundial. "Fiquei impressionado", lembra.
Influenciado pelo ídolo, ele resolveu fazer um teste no agora extinto Centro de Treinamento de Alto Nível de Atletismo de Manaus (Cetan). "Fui com um tênis de futebol de salão e fiz um tiro de 60 m e tudo ia bem, até que os técnicos viram a minha idade e desanimaram."
Mesmo assim, ele começou a treinar ao lado de crianças de 12 e 13 anos. "Eu estava sem fazer nada mesmo, pelo menos cuidava da saúde." Em 2001, quando conheceu o atletismo, Viana havia saído da imobiliária onde trabalhava e ainda tinha levado um calote dos ex-patrões.
Com tempo para dedicar ao esporte, acabou conseguindo o melhor resultado em seu Estado e, três meses depois, foi inscrito no Troféu Brasil. Com confiança em seu potencial, ele daria o passo decisivo para alcançar a elite quatro anos depois.