Data e local de nascimento:
06/08/1977, em Brasília (DF)
Peso/Altura:
58 kg / 1,74 m
Residência:
Santo André (SP)
Prova:
5.000 m e 10.000 m
Participações no Pan:
Santo Domingo-2003, Rio-2007
Desempenho no Pan do Rio:
Medalha de prata nos 10.000 m e de bronze nos 5.000 m
Marílson Gomes
Atual campeão da maratona de Nova York, Marílson Gomes dos Santos pôde dar-se ao luxo de abrir mão da prova no Pan-Americano. Ele preferiu participar 10.000 m e 5.000 m, para tentar subir ao pódio duas vezes, como fez nos Jogos de Santo Domingo-2003, quando foi prata nos 10.000 m e bronze na distância mais curta.
Na sua primeira participação no Rio de Janeiro, ele repetiu o bronze de 2003 nos 5.000m. Com o tempo de 13min30s68, ele terminou a prova quase 5 segundos atrás do vencedor, o norte-americano Ed Moran, que marcou 13min25s60. Quatro dias depois, na disputa dos 10.000 m (no dia 27/07), Marílson perdeu o ouro nos metros finais.
Depois de uma disputa acirrada com o mexicano Jose Galván, o brasileiro acabou com a prata, registrando 28min09s30, contra 28min07s74 do rival, que quebrou o recorde pan-americano da prova. O resultado foi uma repetição do Pan de Santo Domingo-2003, quando Marílson também acabou ultrapassado por um mexicano nos metros finais.
Mas deixa o Pan com duas medalhas e ainda comemora o ouro de Juliana, com quem está casado há quatro anos, nos 1.500 m.
Além das conquistas nos 42.195 m e nas provas de pista, Marílson também já venceu duas vezes a mais tradicional prova de rua do país, a São Silvestre, em 2005 e 2003, depois de ser vice em 2002. A corrida tem 15 km.
A boa performance em distâncias diferentes sempre foi um trunfo do atleta, segundo o técnico Ricardo D'Angelo, que treina Vanderlei Cordeiro de Lima. "O Marílson é um maratonista considerado veloz. Geralmente, os maratonistas têm menos de 5% de fibras rápidas no organismo, mas ele deve ter 7 ou 8%, porque também se adapta a distâncias menores", analisa.
Marílson registrou sua melhor marca pessoal na maratona no final de abril deste ano, quando correu 2h08min37 em Londres, terminando em oitavo lugar. E é recordista sul-americano nos 10.000 m, com 27min28s12, tempo registrado na Bélgica, no dia 2 de junho.
Nos 5.000 m, detém também a melhor marca do continente, 13min19s43, desde junho do ano passado. Nesta temporada, o brasiliense alcançou o topo do ranking nacional da prova com a marca de 13min22s11, registrada no dia 6 de junho. Nos 10.000 m, ele também é recordista sul-americano, com 27min28s12, marca alcançada também em junho deste ano, na Bélgica.
Nas duas provas de pista e também na maratona, Marílson já tem índice para as Olimpíadas. Na maratona, o índice A é 2h15 e Marílson correu 2h08min37 em Londres, no final de abril. Agora, além de tentar a defesa do título em Nova York, ele deverá se concentrar nos Jogos Olímpicos, já que na última edição ficou perto de um lugar na equipe nacional, mas acabou acompanhando a competição de casa.
Em 2004, ele havia conquistado o índice nos 42.195 m, logo em sua estréia na distância. Em Paris, ele correu 2h12min22, tempo que acabou sendo ultrapassado por outros três brasileiros, Vanderlei Cordeiro, Rômulo Wagner e André Luiz Ramos. Em 2005, contudo, o brasiliense conseguiu vaga na equipe que disputou o Mundial de Helsinque, e terminou em décimo lugar na maratona, com 2h13min40.
Dos jogos de futebol com os colegas em Ceilândia, Marílson foi para o atletismo para acompanhar o irmão mais velho, Marco, que já praticava o esporte. Com talento para a modalidade, deixou sua terra natal e veio para São Paulo aos 15 anos, em busca de melhores condições de treino.
Depois de mudar-se para Santo André, na região do ABC paulista, a situação melhorou e o atleta ganhou patrocinadores e fez faculdade de Educação Física. Conseguiu ainda o mais importante: tornar-se um atleta consagrado e respeitado pelos rivais internacionais.
"Em Nova York eu era mais um, agora estou ali no meio dos melhores", afirma. "O mais difícil é se manter na frente, manter a qualidade dos seus resultados. Este é o desafio", completa.