História - San Juan vê antiamericanismo e estrelas dos EUA
O antiamericanismo já deu as caras na cerimônia de abertura, com o público vaiando o hino dos Estados Unidos. Afinal, Porto Rico tem a condição de protetorado da nação mais rica do mundo. O protesto foi organizado pelo PSP (Partido Socialista Porto-Riquenho), aproveitando o clamor por independência que vivia a ilha caribenha.
Esse clima piorou ainda mais depois das declarações de Bobby Knight, técnico do basquete dos EUA. Após ser detido por desacato aos policiais locais, ele disparou para a imprensa: "O único que os porto-riquenhos sabem fazer é plantar bananas."
Foi o primeiro Pan disputado na América Central, que vivia um momento efervescente politicamente. Cinco dias após o evento os guerrilheiros sandinistas tomavam Manágua, capital da Nicarágua, na primeira revolução socialista bem-sucedida na região após guinada de Cuba para o bloco da União Soviética.
Como os Estados Unidos boicotariam a Olimpíada do ano seguinte, Moscou-1980, várias estrelas que só brilhariam mais tarde tiveram o Pan como primeiro palco internacional, como os velocistas Carl Lewis e Evelyn Ashford e o saltador Greg Louganis. O EUA pressionaram, e 68 países se negaram a participar dos Jogos Olímpicos devido à invasão soviética do Afeganistão. Entre eles, 11 países da América: Canadá, Chile, Argentina, Paraguai, Uruguai, Bolívia, Haiti, Belize, Porto Rico, El Salvador e Honduras.
O judô brasileiro se destacou em Porto Rico, ganhando quatro ouros. E João do Pulo ganha de novo dois ouros e é recebido pelo presidente militar de turno, João Figueiredo, que à época pedia para os brasileiros economizarem no consumo de gasolina devido à crise do petróleo.