História - De uma ditadura para outra, Pan volta ao México
Esse Pan refletiu o período pelo qual passava a América Latina, dominada por ditaduras militares. Não por nada o general chileno Augusto Pinochet afugentou o Pan marcado para Santiago. Não queria mídia no país que vivia um dos regimes mais sangrentos do continente. Após ser renegado também por San Juan (Porto Rico), São Paulo foi indicada como sede em dezembro de 1973, mas um surto de meningite suspendeu o projeto um ano depois quando parte da infra-estrutura já estava construída na USP.
Ao final, o Pan acabou na Cidade do México, que aproveitou sua infra-estrutura após uma Copa do Mundo (1970), uma Olimpíada (1968) e um outro Pan (1955). Por seu lado, a delegação chilena enfrentou deserções, acusações de que a equipe de esgrima tinha torturadores de Pinochet e acabou com a pior participação de sua história (apenas dois bronzes).
Durante o Pan, a discussão no Brasil girava em torno da morte do jornalista Vladimir Herzog, encontrado enforcado em uma cela da ditadura (a versão oficial era suicídio, mas os indícios apontavam morte por tortura). A grande figura brasileira no Pan foi João do Pulo, com dois ouros nos saltos em distância e triplo. Na volta ao Brasil, ele, vestido de militar, foi recebido pelo general Ernesto Geisel.