Garantido até o Rio, esporte paraolímpico mira patrocínio para Tóquio 2020

Felipe Pereira

Do UOL, em Toronto (CAN)

  • Washington Alves/MPIX/CPB

    Em menor número, o azul do uniforme das mulheres foi menos presente que o verde da roupa dos homens na participação da delegação brasileira na cerimônia de abertura do Parapan

    Em menor número, o azul do uniforme das mulheres foi menos presente que o verde da roupa dos homens na participação da delegação brasileira na cerimônia de abertura do Parapan

A visibilidade de ter uma Paraolímpiada em casa garantiu recursos para preparação dos atletas até o Rio 2016. Agora os dirigentes trabalham para evitar que o final da competição seja acompanhado de uma fuga de patrocinadores e usaram o Parapan de Toronto para isto.

Executivos de empresas que são parceiras nos jogos do Rio de Janeiro passaram alguns dias no Canadá acompanhando as disputas de esportes adaptados. A tentativa incluiu visita à vila dos atletas para conhecer os competidores, assistir as modalidades e até tomar um café da manhã com os olhos vendados.

"O comitê britânico fez isso. Muitos patrocinadores que primeiro se envolveram com os jogos permaneceram com o movimento paraolímpico. Caso do Sansbury's, rede de supermercado, e da BP (British Petroleum). É o que a gente quer fazer no Rio também", afirmou Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

Ele não revelou que companhias estiveram no Canadá, apenas se limitou a contar que foram pessoas com poder de decisão como CEOs ou diretores de Marketing. As visitas foram feitas em duas levas. O primeiro grupo viu a abertura e os primeiros dias de jogo. O outro pegou as finais e a cerimônia de encerramento.

A ideia do CPB é encantar os executivos, mas também que o grupo se convença que o patrocínio é vantagem do ponto de vista de imagem, retorno em responsabilidade social e do negócio. "A gente quer ser visto como investimento", resume Andrew.

Lei nova

O esporte adaptado brasileiro terá um incremento de receita a partir de janeiro do próximo ano, quando começa a valer a nova versão da Lei Agnelo Piva. Pelas regras antigas 2% do dinheiro das loterias ia para o esporte sendo 85% para o esporte olímpico e o restante destinado ao paraolímpico.

A mudança aumenta o percentual para 2,7% e toda a quantia extra vai para o CPB. Andrew conta que em termos de valores o repasse passaria de R$ 39 milhões para algo em torno de R$ 130 milhões – numa projeção sobre os valores apostados em loterias em 2014.

A diferença é substancial e o impacto nos cofres do comitê brasileiro é grande. Para se ter ideia no ano passado o orçamento foi de R$ 82 milhões, um valor inferior ao aumento de arrecadação estimado em R$ 91 milhões.

Entre as aplicações deste dinheiro está ativação do centro de treinamento que está sendo erguido em São Paulo. Antes o CPB passava de pires na mão procurando ajuda dos governos federal e estadual. Agora tem condição de manter a estrutura.

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