Estados Unidos usam Parapan para recuperar veteranos de guerras

Felipe Pereira

Do UOL, em Toronto (CAN)

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    Estados Unidos usam competições para atletas com deficiências para recuperar veretanos de guerras que sofreram amputações

    Estados Unidos usam competições para atletas com deficiências para recuperar veretanos de guerras que sofreram amputações

O Parapan e outros eventos de atletas com deficiência física fazem parte da política do governo americano para reinserir na sociedade veteranos de guerras feridos em combate. É o caso de James Stuck, jogador do time de vôlei sentado que defendeu o país em situações muito mais complicadas.

Ele foi um dos militares convocados para a ofensiva sobre o Iraque depois do ataque às Torres Gêmeas. A guerra acabou para James quando o blindado em que viajava caiu uma emboscada em dezembro de 2005. Uma bomba armada junto a uma rodovia no norte do país atingiu o veículo e James perdeu a perna direita.

A recuperação incluiu uma passagem num hospital alemão e depois a transferência para um centro médico de Washington. O jogador conta que o trabalho de reabilitação incluía uma variedade de esportes. "Há um grande esforço do governo dos Estados Unidos pelos veteranos (de guerra). Para que compitam e recuperem a integridade pessoal".

O país tem um grande reconhecimento por militares feridos em conflitos e há um esforço para que recuperem a qualidade de vida. O Comitê Paralímpico dos Estados Unidos informou que existem instituições estaduais e federais que atuam neste sentido contando inclusive com apoio do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

A iniciativa é boa para ex-soldados e também para as equipes americanas. O técnico da seleção de vôlei sentado, Quinton Kraeer, ressalta que os veteranos são muito forte mentalmente. Justifica que na vida militar ficaram acostumados a um tipo severo de pressão e não sofrem psicologicamente nas partidas. A índole competitiva e de não aceitar a derrota também contribui para fortalecer a equipe.

Gênese do paradesporto

Este auxílio aos feridos em combate está na origem do esporte para deficientes físicos. Ele começou na Inglaterra na década de 1940 a pedido do governo que desejava cuidar dos mutilados da Segunda Guerra Mundial. Neste cenário apareceu o Alemão Ludwing Guttmann, judeu que mudou de pais por causa da perseguição nazista.

Ele começou a trabalhar com pacientes que sofreram amputações e aproveitou que em 1948 Londres recebia as Olimpíadas para organizar os jogos para pessoas com deficiências. Apenas 16 atletas participaram, mas eram os primeiros passos de movimento que se desdobrou em competições maiores como o Parapan.

Veterano da Guerra do Iraque, James Stuck se beneficia da iniciativa e afirma que o esporte é parte fundamental de sua vida. "Eu jogo vôlei sentado, sou técnico de vôlei sentado e pratico vôlei em pé. Eu sou um pai, um marido e esporte está na rotina da minha casa. Tenho um filho de quatro anos e nós jogamos vôlei dentro de casa. Eu sento e brinco com ele. Quando vou treinar ele me acompanha e, porque a rede é de um tamanho que ele pode pular e dar cortadas, (1,15 no masculino metros) nos divertimos muito".
 

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