COB estima que medalhistas do Pan podem ter resultado apenas em Tóquio-2020
Daniel Brito
Do UOL, em Toronto (Canadá)
O Brasil terá de correr contra o tempo para fazer com que alguns dos atletas que foram ao pódio no Pan de Toronto atinjam um bom nível internacional em 2016, para chegar em condições de disputar uma medalha nos Jogos Olímpicos do Rio. A jovem delegação conduziu o país ao terceiro lugar no quadro de medalhas, com 41 ouros entre as 141 premiações, é motivo de alerta no Comitê Olímpico Brasileiro.
"Tem gente que está pronto hoje e que a gente gostaria que, para ele, a Olimpíada já fosse amanhã, de não ter que esperar o ano que vem, para não passar do ponto de cozimento", explicou Marcus Vinicius Freire, superintendente do COB, em entrevista no domingo, 26, na Casa Brasil.
"Quando você está cozinhando a massa, sabe que não pode ficar mole e nem dura, tem que cozinhar dos dois lados. E tem gente muito jovem, como o meu xará, Marcus Vinicius, do tiro com arco, que daqui a dois anos vai estar muito mais experiente do que nos Jogos-16. Mas é assim que se monta uma delegação para disputar os Jogos Olímpicos", exemplificou Freire.
Marcus Vinicius D'Almeida tem apenas 17 anos, conquistou o bronze por equipes em Toronto, ao lado de Daniel Xavier e Bernardo Oliveira. Mas ele já disputa o circuito internacional adulto de tiro, já foi vice-campeão da etapa de Lausane, na Suíça da Copa do Mundo, além de ter no currículo o vice-campeonato dos Jogos Olímpicos da Juventude, em Nanquim, na China,, além de campeão mundial da categoria cadete.
Pelas contas do dirigente do COB, cerca de 70% da delegação nacional tem 25 anos ou menos. E o Pan de Toronto serviu para dar maturidade aos que ingressam agora no time do COB, e que podem disputar os Jogos do Rio-2016.
"O que a gente tem de jovem com qualidade, a gente tem que levar para o Rio-16, e o que tem de mais experiente, também deve ir. Que é o caso do basquete e o da vela com o Robert Scheidt e o Bimba. Vai ser um misto de atletas experientes que têm que ser tratados a pão de ló e de mais jovens que tem que ter a maturação acelerada, porque falta um ano para os Jogos Olímpicos de qualquer maneira. Pode até ser que esses mais novos tenham o melhor resultado da carreira só lá em Tóquio-2020, mas possivelmente muitos desses jovens já serão nossos titulares em 2016", disse Marcus Vinicius Freire.