Encerramento do Pan tem problemas com show de Kanye West
Bruno Doro
Do UOL, em Toronto (CAN)
Depois de uma produção ambiciosa na cerimônia de abertura, com um show especial montado pelo Cirque du Soleil com centenas de artistas, Toronto resolveu não inventar muito na festa que fechou os Jogos. Após apresentações simples para falar do Pan, suas origens e a passagem do bastão para Lima (onde será o próximo Pan, em 2019), a intenção era transformar o evento em uma mega-balada para 40 mil pessoas.
Pena que a escolha para atração principal não funcionou muito bem. Depois de sofrer com uma campanha em Toronto para que ele não se apresentasse (o pedido das pessoas era por cantores canadenses), o rapper americano Kanye West subiu ao palco para cantar para atletas e público. Para começar, pediu que as luzes do estádio fossem acesas. Criou um clima de fim de festa.
O resultado foi quase imediato. Após apenas duas músicas, os atletas começaram a deixar o estádio. Com as luzes acesas, era fácil ver a movimentação. A maioria dos que saíram cedo eram atletas brasileiros, identificados pelas bandeiras nas costas da camiseta.
Para piorar, ainda aconteceu uma gafe no fim: na última música, Kanye começou a cantar, mas ninguém ouvia sua voz. A falha no som irritou o cantor, que jogou o microfone para o alto e saiu pulando do palco.
Uma pena para uma festa que estava muito mais animada do que a abertura até a entrada do norte-americano. Antes dele, a canadense Serena Ryder, nascida em Toronto, e o também norte-americano Pitbull (o mesmo que se apresentou na abertura da Copa do Mundo do Brasil) empolgaram muito os presentes. Principalmente o último, que criou o clima de balada almejado quando cantou seu hit "Give me Everything".
A fórmula era simples: no show de abertura, com o Cirque du Soleil, o show era muito visual e os detalhes se perdiam para quem não estava próximo da ação. Um show musical, mesmo para quem não conseguia ver o rosto dos atletas, consegue empolgar muito mais. Principalmente quando os cantores são donos de hits.