Responsável pela seleção principal, o técnico Dunga ampliará seus poderes: passará a ter influência sobre o sistema tático da base e fará as listas de convocação do time olímpico. É uma forma de unificar o trabalho e facilitar a reposição de atletas para o time adulto, além de formar a equipe para a Rio-2016.

 

Altera-se assim o modo de trabalhar na CBF já que o técnico anterior da sub-20 Gallo não tinha boa relação com Dunga. Agora, seu substituto Rogério Micale pretende atuar como um colaborador para a equipe de cima na formação de atletas.

 

"Os times de base e olímpico vão se adequar à característica do que o Dunga pedir. Vou adaptar o time como ele quiser. Vamos conversar juntos para criar um perfil em que jogará a seleção", contou Micale, que se reunirá com Dunga no início de agosto. "Será muito mais fácil fornecer um jogador de baixo porque vão estar preparados. Não haverá perda de tempo para preparação."

 

Uma questão é que os times de Micale costumam jogar com a linha de quatro zagueiros avançadas e quatro jogadores marcando pressão no ataque em um estilo mais próximo de alguns times europeus. Já a seleção principal de Dunga atua muitas vezes explorando o contra-ataque, e dando posse de bola para o adversário.

 

Em relação ao time olímpico, quando houver data Fifa, Dunga vai elaborar a lista e o time será dirigido por Micale. Quando não houver jogo da principal, será o próprio treinador gaúcho que comandará o time.

 

Assim, o técnico da base do Brasil continua com a sua sina de dirigir times que não convocou. Foi assim no Mundial sub-20 e no Pan-2015, competições em que seu antecessor Gallo tinha definido os grupos antes de ser demitido.

 

Sua intenção, no entanto, é desenvolver um trabalho próprio com uma geração mais jovem com nascimento até 97, isto é, em torno de 18 anos. Entre esses atletas, pretende implantar conceitos táticos mais modernos com o time jogando mais compacto. Mas, sempre, irá se adaptar às diretrizes de Dunga.