Coletivos e inesperado boliche deram sprint que cravou Brasil em 3º no Pan
Fábio Aleixo e José Ricardo Leite
Do UOL, em Toronto (CAN)
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Danilo Verpa/Folhapress
Brasil comemora medalha de ouro no handebol masculino contra a Argentina
O Brasil iniciou o último sábado com a "sombra" de Cuba em seu retrovisor e com chances de perder na reta final a terceira posição no quadro de medalhas de ouro. Mas, teve bom aproveitamento nos esportes coletivos, até aumentou a vantagem e, independentemente de qualquer resultado, ficará no top 3 dos Jogos Pan-Americanos de Toronto.
Os brasileiros viraram a sexta-feira com 35 medalhas de ouro contra 31 dos cubanos. O cerco apertou logo no começo da manhã do sábado, quando um maratonista da Ilha de Fidel ganhou a maratona. E o país da América Central ainda teria cinco finais a disputar no boxe, seu tradicional polo de medalhas. Mas, no final do dia, a diferença até aumentou e ficou em 41 medalhas douradas a 36 para o time verde e amarelo, conseguindo a meta do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) de ficar entre os três primeiros.
Dos seis ouros no penúltimo dia, três vieram de esportes coletivos: futebol feminino e handebol e basquete masculinos. No futebol, veio com goleada com 4 a 0. No handebol um emocionante 29 a 27 na prorrogação, enquanto o basquete masculino precisou suportar a pressão da torcida canadense para vencer por 86 a 71.
Outro ouro foi na final brasileira do tênis de mesa, vencida por Hugo Calderano contra Gustavo Tsuboi, além de outras duas que podem ser consideradas até inesperadas: uma no boliche e outra no caratê, em esportes que não fazem parte do programa olímpico. Marcel Suartz venceu no primeiro, enquanto Natalia Brozulatto levou o ouro na arte marcial após vencer cinco adversárias para chegar ao lugar mais alto do pódio.
O COB sempre evitou falar em superar algum país de maneira específica e colocou como meta o top 3 e superar o número total de 141 medalhas dos Jogos de Guadalajara, em 2011 (a entidade entende que é melhor contar os três tipos de medalha do que só as douradas para avaliar o desenvolvimento do esporte).
Até agora, está com 140 e ganhará uma no vôlei masculino, que tem final marcada para este domingo, contra a Argentina. Só deve passar se uma inesperada medalha ocorrer na marcha atlética de 50 km. Em ouros, no entanto, será mais baixo do que os últimos Jogos. Até agora são 41, enquanto na passada foram 7 a mais (só tem chances em mais duas).
O Brasil repete a 3ª colocação do México, mas pela primeira vez após 48 anos ficou à frente de Cuba no quadro de medalhas em relação a ouros (no geral, a diferença é de mais de 40 medalhas). Se colocou atrás dos EUA e do anfitrião Canadá
Na sexta, o comitê marcou uma coletiva em que admitiu decepção em alguns resultados, apesar de ressaltar que o saldo até então era positivo. "Aumentamos a quantidade de modalidades que conquistaram medalhas para o Brasil", exaltou o presidente da entidade, Carlos Arthur Nuzman, para em seguida se explicar. "Sei que vocês podem perguntar sobre alguns resultados que não estavam na expectativa de todos. Há pontos de atenção que serão abordados pela superintendência técnica do COB com as confederações."
O total da campanha do COB no Pan de Toronto teve custo de R$ 10 milhões, incluindo viagens, instalação para treinos de atletas, entre outros.