Uma semana após a morte de Ghiggia, maior carrasco brasileiro de 1950, o Brasil volta a perder de virada, por 2 a 1, para o Uruguai, no Pan-2015. Claro, era um torneio menor. Mas a cada confronto entre os dois, até os menos importantes, ressurge essa rivalidade criada há 64 anos. É o que se percebe pelos festejos dos uruguaios após ganharem com dois gols em um minuto.

 

"As situações são muito diferentes (1950 e o Pan). Mas pode ter uma semelhança por conta do placar. Tem uma semelhança nas condições", observou o técnico uruguaio no Pan, Fabian Coito. "É uma coincidência que tenha acontecido agora (logo depois da morte de Ghiggia)."

 

Mesmo sem terem nascido em 1950 - muito pelo contrário, alguns sequer conhecerem a história direito daquela conquista -, os jogadores brasileiros e uruguaios guardam a rivalidade construída daquela final. A ponto de o meia Albarracin ter dito que o Brasil fica com medo dos uruguaios após o Pan.

 

"É sempre assim, uma luta quando é com o Uruguai, e a Argentina. Estava muito disputado quando estava 1 a 0", confirmou Lucas Piazon em referência aos momentos de pancadaria da partida.

 

Tanto que houve duas expulsões por lances bem violentos: Lemos deu um soco em Bruno Paulista, e Dodô deu um pontapé no adversário. O treinador seleção sub-20 Rogério Micale disse que o jogador uruguaio sabe trabalhar com o emocional do brasileiro ao provoca-lo.

 

É assim que se entrincheiram atrás e muitas vezes vencem uma seleção em geral superior no aspecto técnico. "O Uruguai tem um plus", provocou Albarracin. Como se a cada geração renascessem alguns Obdulio Varelas em cada time uruguaio, ou uns Gigghia, claro, guardadas as devidas proporções. "Não conheci Ghiggia. Mas todos conhecem a história", disse Coito.?