Brasileiro conquista medalha de bronze no lançamento de dardo no Pan

Bruno Doro e Daniel Brito

Do UOL, em Toronto (CAN)

O brasileiro Julio César de Oliveira surpreendeu. Vai voltar dos Jogos Pan-Americanos de Toronto com uma medalha de bronze no lançamento do dardo, mesmo sem ter chegado ao melhor que pode fazer na pista da Universidade de York.

Sua melhor marca do ano é 81,22 metros. Era apenas a quarta entre os 12 inscritos. No Pan, ele marcou apenas 80,94m. "Quando cheguei em Toronto eu pensei 'não vou sair daqui sem medalha'. Felizmente consegui, mas acho que poderia ter ido um pouquinho melhor. Ainda estou vacilando muito. Tenho que melhorar para o Mundial", disse. "A meta é lançar acima de 85 metro lá no Mundial em Pequim. Assim, brigo para ficar entre os oito melhores. Para ficar entre os três precisa ter 89 e ainda não cheguei nesse patamar".

Ele ficou atrás do favorito, o atual campeão olímpico Keshorn Walcott, de Trinidad e Tobago, com 83,27m. E do norte-americano Riley Dolezal, que fez o seu melhor arremesso da temporada no Canadá, com 81,62m. Outros atletas que poderiam superá-lo decepcionaram. O argentino Brian Toledo chegou com 82,90m e alcançou apenas 77,68m em Toronto. O outro norte-americano da disputa, Sean Furey, tinha 83,08m. Era favorito à prata. Mas ficou em quinto, com 77,41.

Com o resultado, Júlio se iguala a Alexon Maximiano, brasileiro que foi bronze no Pan do Rio, em 2007.

Provas tradicionais decepcionam

Nos últimos cinco Jogos Pan-Americanos, uma prova de fundo do atletismo era garantia de medalhas. Nos 1.500m, o país tinha sete medalhas de ouro e subiu ao pódio em todas as disputas desde 1979. A galeria de lendas da modalidade é grande. Agberto Guimarães tem duas medalhas. O campeão Joaquim Cruz tem duas. Hudson Souza, o mais novo da lista, tem três.

Neste ano, porém, uma das principais revelações das provas de meio-fundo do Brasil falhou. Thiago André entrou no evento com o segundo melhor tempo entre os inscritos, mas acabou apenas em oitavo lugar. "Foi uma prova muito lenta. Mas eu olhei os tempos antes e não tinha muito o que fazer. Era sair na frente e tentar. Mas não consegui. O americano que venceu tinha um tempo muito bom", disse o garoto, descoberto quando corria atrás de pipas em uma comunidade carente no Rio de Janeiro.

Thiago marcou 3min43s71 – o outro brasileiro da prova, Carlos dos Santos, foi o sétimo, com 3min44s36. O ouro foi para o americano Andrew Wheating (3min41s41 e o Canadá fez dobradinha, com Nathan Brannen (3min41s66) e Charles Philibert-Thiboutot (3min41s79).

Já nos 3000 com obstáculos, Juliana da Silva, ouro nos 5000m, não conseguiu repetir o desempenho. Ela caiu a duas voltas para o final e nem mesmo completou a prova. O Brasil tinha três medalhas nos últimos dois Pans, incluindo um ouro de 2007, com Sabine Heitling. O ouro em Toronto foi para Ashley Higginson, com 9min48s12.

"Foi uma queda que eu não percebi. Quando eu vi, estava no chão. Minha perna esquerda falseou e eu caí. Espero que não tenha sido nada grave. Mas foi apenas a terceira vez que participei desta prova. As outras duas foram em São Bernardo do Campo. Em uma, corri sozinha. Na outra, estávamos só eu e a Tatiane (da Silva, que terminou em sexto lugar nesta tarde)", contou. "Pelo menos, não foi na barreira com água. Já pensou?"

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