PAN 2015

• Quadro de Medalhas

Entre todos os atletas em atividade no mundo, nenhum pode se orgulhar do feito que o canadense Ian Millar possui em seu currículo. Ele já foi a dez Olimpíadas, está a caminho da 11ª no Rio de Janeiro, e disputa em Toronto seu décimo Pan.

Aos 68 anos, é o competidor mais velho não apenas nas provas de hipismo como de todo o evento no Canadá. E mesmo em um esporte no qual muitas vezes o protagonista acaba sendo o cavalo, manter-se em uma boa forma física e com o peso controlado é fundamental.

Mas Millar não conta com um personal trainer, nem gosta de frequentar a academia. Ele mesmo cuida de sua preparação.

"Não gosto de academia, nem tenho uma pessoa que me ajude. O que faço sim é uma hora de alongamentos por dia, monto seis cavalos diferentes e depois trabalho na fazenda (na cidade de Perth, no estado de Ontario)", disse o cavaleiro que só não foi a todas as Olimpíadas desde Munique-1972 pois em Moscou-1980 diversos países boicotaram aquela edição dos Jogos.

Millar, que competiu em sua primeira Olimpíada quando tinha apenas 25 anos, é conhecido em seu país como Capitão Canadá.

"Foi um apelido que me deram há muito tempo e até hoje todas as pessoas me conhecem desta maneira. Não é uma coisa jocosa", disse o cavaleiro, que leva em um dos dedos da mão esquerda um anel com os aros olímpicos.

"Sou muito fã dos Jogos Olímpicos, não apenas pela minha história, mas pelo que eles representam em um todo".

Ao longo de sua carreira, Millar garante já ter montado mais de 50 diferentes cavalos em competições oficiais. E no que depender dele, este número tende a aumentar ainda mais. O vovô canadense não faz planos de aposentadoria. Pelo contrário, segue sedento por vitórias.

"Eu amo cavalos, amo competições e sigo desfrutando. Seguirei até quando puder e espero ser vencedor com o time canadense em 2016", diz Millar, que possui apenas uma medalha olímpica. Foi prata por equipes em Pequim-2008. Em Pans possui nove medalhas, sendo quatro delas de ouro. A última delas veio nesta quinta-feira na final geral por equipes, na qual o Canadá carimbou o passaporte para a Olimpíada do Rio.

A sua primeira participação em Pan-Americanos foi em 1979, em San Juan (PUR), e ele lida bem com a surpresa dos outros em relação a sua vida de atleta.

"Estava em uma piscina com um companheiro de time usando as roupas do Canadá. Um pessoal veio nos perguntar o que estávamos fazendo ali e dissemos que era para o Pan. Eles me perguntaram se meus filhos iram competir (risos)", contou. 

Um dos desejos de Millar no momento é competir no Rio de Janeiro ao lado dos filhos: Jonathon, de 40 anos, e Amy, de 38. Os dois praticam o esporte há anos, mas não estão competindo no Pan. Em 2001, em um evento na Flórida, Jonathon foi primeiro, Ian segundo e Amy terceira.

"Eles montam cavalos incríveis e estamos sempre competindo juntos e um contra o outro. Vamos ver o que acontece", afirmou.