Estrangeiras reconhecidas pela beleza debatem se beleza ajuda ou não no Pan

José Ricardo Leite

Do UOL, em Toronto (CAN)

A cada grande competição esportiva que envolve as mulheres, muitas vezes os holofotes e comentários se voltam não só para as campeãs ou que tiveram algum triunfo, mas também por quem chamou a atenção por sua beleza física. Os rótulos de belas se espalham pelos diferentes esportes e fazem com que elas carreguem a marca quase que como uma medalha ou feito esportivo. Algumas gostam, outras nem tanto e há quem diz que ignora.

Durante os Jogos Pan-Americanos de Toronto, a até então desconhecida Ingrid de Oliveira, dos saltos ornamentais, viu uma ascensão meteórica de sua imagem após a exposição de uma foto nas redes sociais com diversos comentários, alguns pejorativos. Virou uma das mais famosas atletas da competição e passou a ser até tietada por estrangeiros. Depois de tanta exposição, chegou a dizer que preferir não carregar esse tipo de rótulo.

Entre as estrangeiras, há atletas de diferentes países no Pan que já foram estampadas em listas de musas por diversas publicações e acabaram carregando a imagem não só de grande atleta, mas de belas em seus países. E o que elas acham disso? Ajuda, de fato, na visibilidade do esporte ou é algo que pode até render mais cobranças e situações desconfortáveis? O UOL Esporte ouviu cinco delas (argentina, mexicana, venezuelana, canadense e americana) para coletar é a visão estrangeira disso.

Delfina Marino, atacante da seleção argentina de hóquei sobre grama e que já apareceu em várias listas de beldades mundiais, entende que isso ajuda muito o esporte e é bom. Já a venezuelana Alejandra Benitez, que é deputada em seu país e já realizou até ensaios sensuais para uma revista, entende que a questão acaba atrapalhando em função das cobranças. A canadense Taylor Pischke afirma nem ligar.

Já a americana Adeline Gay, da luta, é a mais enfática: acha que mostrar sua beleza é quase que uma tarefa tão grande quanto os resultados, já que eu esporte, segundo ela, mostra de uma imagem pouco feminina da mulher, algo que ela busca fazer.

Alejandra Benitez, 35, medalha de prata na esgrima pela Venezuela
"É difícil, porque sempre querem comparar essa questão de ser uma pessoa bela e com o objetivo final esportivo e se atingiu o esperado. É um contraste difícil. Mas acho que no geral as mulheres hoje em dia gostam de estar bem pra competitiva. Não acho que (ajude).  Tem que ter é coragem no seu esporte".

Delfina Merino, 25, artilheira do hóquei sobre grama pela Argentina
"Sim, cada vez que se fala isso, enchem mais os estádios para ver os jogos, as meninas ficam mais conhecidas e desde que ajude o esporte a ficar mais conhecido, é benvindo. É positivo, mas tem que ajudar o esporte".      

Adeline Gray, 24 anos, medalha de ouro na luta olímpica pelos EUA
"Tento marcar uma posição mostrando que as mulheres podem ser bonitas e poderosas. Não quero e não vou perder meu jeito feminino porque eu treino duro e eu tenho músculos. Eu empreendo um grande esforço a este esporte e eu acho que isso só pode ser bonito e é algo sobre o qual eu me orgulho demais".

Taylor Pischke, 22 anos, quarta colocada no vôlei de praia pelo Canadá
"É um esporte que em geral as pessoas observam isso pelos trajes e comentam. Acho que é bom pro esporte. Quanto a mim? Não importa nada esse tipo de coisa, não faz diferença nenhuma no meu rendimento como atleta".

Paola Longoria, 26 anos, atual medalha de ouro no raquetebol pelo México
"Gosto de poder inspirar. Tudo que faço é gostar de inspirar. Me encanta essa parte, me chama atenção. Sempre estou nas revistas. Tive linha de roupas esportivas. Gosto de me cuidar. Me encanta estar bem vestida na quadra e sou chamada de princesa por minhas companheiras". 

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