Ela representa uma potência olímpica, mas faz vaquinha para ir ao Rio
Fábio Aleixo
Do UOL, em Toronto (CAN)
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Fábio Aleixo/UOL Esporte
Jiaqi Zheng (primeira à esq.) com a medalha de ouro da competição por equipes
Jiaqi Zheng é atleta de tênis de mesa da maior potênica pan-americana e olímpica, os Estados unidos, e conquistou na noite de terça-feira a medalha de ouro da competição por equipes em Toronto. Mas as dificuldades financeiras que ela tem lembram bastante a de muitos atletas brasileiros. Ela precisa usar dinheiro do próprio bolso para treinar e conseguir disputar as grandes competições.
"Não temos patrocinadores que nos ajudem, temos de arrumar dinheiro por conta própria para competir ao redor do mundo e até mesmo treinar. Só nos ajudam quando representamos o país em competições grandes como são o Pan e Olimpíada. Não somos profissionais. Eu jogo por amor ao tênis. Já dei aulas para ter dinheiro", contou ao UOL Esporte a jogadora que nasceu na cidade de Shandong (CHN) e começou a praticar o esporte lá antes de se mudar para os Estados Unidos há oito anos.
Sem ter de onde obter recursos, Jiaqi, de 27 anos, iniciou uma campanha em seu site oficial pedindo doações para manter vivo o sonho de participar dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.
"Você tem um sonho olímpico. Eu treino duramente todos os duas para me preparar para a Olimpíada, no Rio-2016. E custa muito para ser uma jogadora profissional. Então eu preciso de sua ajuda. Qualquer tipo de apoio será muito bem vindo. Sinta-se livre para me contatar se você tiver alguma questão", publicou em sua página na internet.
Por não conseguir viajar constantemente ao exterior para participar de grandes competições, ela nem aparece no ranking mundial da federação internacional. Ainda asssim, até agora sobrou no Pan e venceu as sete partidas que disputou - entre simples e duplas. A partir desta quarta-feira, tentará medalhar na competição inidividual. E pelo que mostrou até agora, é uma das favoritas para ir ao pódio. Se conquistar o título, terá vaga direta assegurada na Olimpíada e não precisará fazer tantos sacrifícios financeiros.
"Joguei no Brasil há três, quatro anos, não me lembro bem. E será um sonho poder voltar lá", disse.