Cuba provoca, vence Brasil e deixa seleção sob mais pressão no Pan

Fabio Aleixo

Do UOL, em Toronto (CAN)

Desde o Mundial de 2010, quando foi vice-campeã do Mundial, Cuba não consegue ter grande destaque no vôlei internacional. Mas neste domingo, a renovada equipe do Caribe decretou a primeira derrota do Brasil em dois jogos no torneio masculino do Pan de Toronto.

Em uma partida tensa e com muita rivalidade, os cubanos fizeram 3 sets a 2, com parciais de 25-20, 18-25, 25-23, 22-25 e 15-11.

Diferentemente do Brasil, que está com um time alternativo e fazendo testes no Canadá, Cuba mandou para o Pan seu time principal. A seleção que joga no Canadá é a mesma que ficou na última posição da Segunda Divisão da Liga Mundial, com apenas sete pontos conquistados em doze partidas. Foram três vitorias e nove derrotas.

A derrota deste domingo diminui as chances de a seleção terminar na liderança do Grupo A, que conta ainda com Colômbia e Argentina - rival na terça-feira, às 14h30 (de Brasília).

"Eles têm mania de provocar desde a base. A gente tenta levar na boa, se não a gente não consegue jogar. Não era o resultado que queríamos, mas perdemos na hora certa, quando dá para recuperar", disse Murilo Radke depois da derrota.

"Eles gostam de provocar, não podemos cair nisso. Mas é claro que o jogador brasileiro não tem sangue frio. Eles provocavam muito, olhavam na cara. Só acalmaram depois de levar um cartão amarelo", disse o levantador Thiaguinho.

Para os cubanos, não se trata de uma provocação simples e barata e sim representa o jeito que gostam de jogar, soltando gritos após cada ponto e até aplaudindo erros dos adversários.

"Não é uma provocação, é uma característica que temos sempre. É a maneira de nos motivarmos durante o jogo  para enfrentar equipes mais fortes e que são favoritas. Se não jogarmos assim, não vamos ganhar de ninguém",  afirmou o cubano Rolando Cepeda, autor de 21 pontos.

"Se é exagerar ou não cabe aos outros dizer, mas para nós é algo normal, é como estamos acostumados a jogar", disse Javier Jimenez, que fez impressionantes 26 pontos.

O Brasil começou a partida tendo muitas dificuldades para recepcionar o ataque cubano e parar os ataques dos rivais, que abusavam dos saques forçados. O placar de 25 a 20 refletiu a superioridade dos caribenhos.

No segundo set, a seleção brasileira acertou a recepção e melhorou bastante no bloqueio, principalmente com o gigante Renan, de 2,17m. Assim, a equipe nacional conseguiu controlar o marcador desde o início e fechou em 25 a 18.

A igualdade no marcador também deixou o jogo mais tenso, com algumas provocações de lado a lado. O cubano Jimenez acabou sendo advertido com um cartão amarelo.

O clima seguiu quente e a parcial equilibrada. Os cubanos chegaram a fazer 20 a 18, mas depois de um ace de Otavio e um erro de ataque dos caribenhos, o placar ficou em 20 a 20.

Mas Cuba conseguiu a vitória por 25 a 23 após Douglas parar no bloqueio adversário.

O início do quarto set foi desastroso para o Brasil. Embalados pelo triunfo na parcial anterior, os cubanos abriram 5 a 0 e mantiveram a vantagem até a parte final do set, quando a virada veio.

A reação brasileira foi em vão. Responsável por fechar o quarto set, Mauricio Borges, o mais experiente, teve um tie-break horrível e desperdiçou diversos ataques, deixando os cubanos com vantagem suficiente para definir o jogo com tranquilidade.

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