Contra argentinas marrentas, brasileiras perdem chance de 3º ouro seguido
Bruno Doro
Do UOL, em Toronto (CAN)
Se o vôlei brasileiro reclamou, na quadra, das provocações de Cuba na derrota por 3 a 2 para os caribenhos no Pan de Toronto, vai reclamar ainda mais das argentinas Ana Gallay e Georgina Klug. Marrentas, elas abusaram das provocações na rede às brasileiras Lili e Carol Horta, durante a semifinal da chave feminina do vôlei de praia do Pan. Deu certo.
A dupla argentina venceu por 2 sets a 1 (21 a 17, 21 a 23 e 15 a 13) e está na final no Canadá. Lili e Carol terão de se contentar em buscar o bronze, na próxima terça-feira às 16h (de Brasília). Elas enfrentam a dupla canadense Melissa Humana-Paredes e Taylor Pischke. As rivais das argentinas serão as cubanas Lianma Flores e Leila Martinez.
A vitória hermana também acaba com uma sequência. Nas últimas duas edições do Pan-Americano, o Brasil conquistou o ouro no torneio feminino. Sempre com a mesma dupla: Juliana e Larissa. Juliana tem, ainda, um bronze, que conquistou com Ana Richa em Santo Domingo, em 2003.
Durante todo o jogo, Ana e Georgina fizeram questão provocar. Georgina fazia pose a cada vez que subia para atacar. Ana apontava para a quadra brasileira a cada ponto. Na hora do saque, ambas levantavam os braços. Se a bola ia errada, subiam os dedos, fazendo sinal de negativo. Para as brasileiras e para a torcida.
"Elas sempre fazem isso. Nos conhecemos muito, estamos sempre as enfrentando no circuito mundial. Às vezes, elas exageram, mas hoje não influenciou, não", disse Carol, após a partida. "Elas estavam até calmas. Costumam sempre provocar. Gritar olhando para você, abrir os braços na hora do saque, pedir para sacar em uma ou outra", completa.
Lili e Carol até tentaram igualar o nível das provocações. Lili, principalmente, fez questão de manter o olhar na quadra rival por mais tempo do que o necessário após marcar cada ponto. Quando o jogo terminou, decepcionada pela derrota, Lili não conseguiu se conter ao dar entrevista. Ao admitir que a dupla errou muito nos últimos pontos, foi questionada sobre se o nervosismo, causado pelas provocações rivais, atrapalhou. "Não. Elas jogam assim contra todo mundo. Não me irrita. Estou cagando e andando".
Mais política, Georgina Klug fez muitos elogios às brasileiras e negou uma rivalidade. "Ao lado dos EUA, o país tem o melhor circuito nacional do mundo. Todas que saem de lá são fortíssimas. E nossa relação é muito boa com todas as duplas brasileiras. Estamos sempre nos encontrando no circuito, conversamos e nos respeitamos".