25 de Março da sede do Pan tem pato na vitrine e intestino de porco no menu

Fábio Aleixo e José Ricardo Leite

Do UOL, em Toronto (CAN)

Se algum atleta dos Jogos Pan-Americanos estiver cansado da comida oferecida na Vila e se dispuser a encarar um cardápio mais ousado, pra não dizer arriscado, já tem pra onde ir na cidade de Toronto: o bairro chinês de Chinatown, próximo ao centro financeiro. E a aventura de experimentar os exóticos pratos será um teste de coragem talvez maior do que até competir por uma medalha. 

O cenário do bairro lembra muito as regiões em que há muitos chineses em cidades brasileiras: cheiro forte de comida, várias bugigangas e produtos eletrônicos expostos, pouco som da língua local do país e um pouco de sujeira nas ruas. Pela quantidade de barracas à venda, lembra a região da Rua 25 de Março, em São Paulo, embora esta não seja dominada exclusivamente só por chineses. 

Fazer foto de uma loja ou restaurante é que quase que ferir a lei da região dos asiáticos.

"Não pode fazer imagens do meu estabelecimento", avisou o dono de um box que vendia guarda-chuvas, canetas, óculos e chinelos, entre outras coisas, quando viu a reportagem fotografando.

Uma das maneiras para atrair pessoas para os restaurantes é deixar expostos patos, porcos e outros animais assados o crus à mostra como maneira de incentivo ao consumo. Parece funcionar, já que as casas ficam cheias não só de asiáticos, como também de canadenses e turistas. Quem entrar em um dos diversos restaurantes espalhados pelas mais de 20 ruas que formam o enclave chinês na cidade do Pan terá um menu exótico à disposição. Ele inclui iguarias como orelha de veado e intestino de porco. É claro que também existem os pratos mais comuns como guioza e yakisoba.

O cardápio, como não poderia deixar de ser, é escrito em inglês e chinês e as atendentes são quase que todas nascidas na Ásia. Um ponto positivo de se comer em ChinaTown é o preço, muito mais barato do cobrado por restaurantes em outras partes de Toronto.

O constante movimento em ChinaTown e a grande quantidade de estabelecimentos tem uma explicação. Segundo dados do último censo realizado em Toronto, 12% da população é composta por chineses ou descendentes.  

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