Gêmeas dão nó na cabeça de Zé Roberto. Mas no Pan isso não é problema
Fábio Aleixo e Leandro Carneiro
Do UOL, em Toronto (CAN) e São Paulo*
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Atsushi Tomura/Getty Images
Monique (à esq) está na Itália com a seleção, enquanto irmã joga o Pan
Elas são loiras medem 1,78 m, defendem a seleção brasileira de vôlei e já pregaram peças em Bernardinho e José Roberto Guimarães. Mas por causa do calendário, Michelle e Monique Pavão não estão podendo disputar juntas o primeiro Pan de suas carreiras.
A oposta Monique está em Catania com o grupo que joga o Grand Prix. A ponteira Michelle, em Toronto (CAN). Sorte de torcedores e até mesmos jornalistas que não correm o risco de confundir as gêmeas.
Serem confundidas, aliás, é um fato corriqueira na vida das atletas de 28 anos.
"Nós somos iguais. A única diferença é que eu tenho uma pinta no pescoço que ela não tem. Mas é tão pequena que ninguém consegue ver. Só quem nos conhece há muito tempo sabe diferenciar", disse Michelle. "Hoje, as meninas da seleção sabem bem nos diferenciar, mas de vez em quando ainda acontece de se enganarem. Acaba sendo muito engraçado", completou.
Aproveitando-se do fato de serem gêmeas idênticas, elas resolveram aprontar com José Roberto Guimarães em um treinamento, dando um nó na cabeça no comandante.
"A gente sempre usa tênis de cores diferentes e isso ajuda a distinguir bem. Mas um dia resolvemos trocar (risos) e enganamos o Zé", contou.
"No começo do trabalho com elas eu confundia bastante e elas conseguiam me enganar. Hoje, já não erro mais, apesar de muitas vezes elas tentarem me sacanear. Mas a verdade é que ambas são muito diferentes", afirmou o treinador.
Outro treinador premiadíssimo do vôlei brasileiro, Bernardinho, também já sofreu com as brincadeiras das irmãs quando elas eram suas comandadas no Rexona.
"Trocamos o tênis, o jeito que arrumávamos os cabelos e os brincos. O Bernardo usava essas três 'ferramentas' para nos diferenciar. As meninas da equipe também concordaram e passaram todo o treino me chamando de Michelle e se referindo a Michelle como Monique. Até na hora de treinar passe, ele me chamou para passar achando que era a Michelle. Ele não percebeu durante todo o treino e só revelamos para ele no final. Foi muito engraçado", relembra Monique, direto da Itália em contato por e-mail.
Se com técnicos elas costumam pregar peças, o mesmo não acontece na vida amorosa. Michelle disse que mesmo quando mais jovem nunca saiu com o namorado da irmã, ou vice-versa.
"Por sorte, temos gostos bem diferentes por garotos. Os que eu gosto, ela não gosta. Ainda bem, se não poderíamos ter uma briga familiar (risos)", afirmou Michelle.
Unidas no mesmo time pela maior parte da carreira, hoje as atletas vivem em cidades diferentes. Michelle é jogadora do Praia Clube, enquanto Monique defende o Rexona. Na última Superliga, defenderam respectivamente Brasília e Sesi e chegaram a se enfrentar.
Neste momento, mesmo com cada uma em um continente diferente representando o Brasil estão sempre em contato. "Na seleção coincidiu de termos dois campeonatos ao mesmo tempo e o Zé Roberto teve que separar os grupos, mas mesmo longe estamos sempre em contato e vamos dividindo as experiências do Pan e do Grand Prix", relatou Monique. "Somos muito amigas e temos uma ligação forte. É muito bom ter a Michelle como irmã e acredito que nos completamos em muitos aspectos".
* Atualizada às 11h36