Brasileiro promessa do tiro com arco é eliminado, mas pouca gente viu

Daniel Brito

Do UOL, em Toronto (CAN)

  • Daniel Brito/UOL

    Comissão técnica da Colômbia usa binóculos para conseguir ver as flechas

    Comissão técnica da Colômbia usa binóculos para conseguir ver as flechas

O brasileiro Marcus Vinícius D'Almeida encontrou dificuldades na disputa do tiro com arco na manhã desta quinta-feira, 16, e foi eliminado pelo mexicano Luiz Alvarez por 7 a 3 nas quartas de final. Mas ele não foi o único a ter problemas neste dia de disputas da modalidade no campo de grama sintética do Varisty Stadium, no campus da Universidade de Toronto.

Cerca de dois mil torcedores que ocuparam as arquibancadas não conseguiram acompanhar a competição completamente. O motivo: é praticamente impossível enxergar a flecha, seja saindo do arco, viajando até o alvo ou cravada. Ela é muito fina e a distância é superior a 100m.

Assim, os 80 alunos da escola CW Jeffreys, de Toronto, não puderam desfrutar da emocionante disputa até as quartas de final envolvendo o brasileiro. "Eu estava conversando com os alunos, teriam de fazer uma flecha que explodisse quando encostasse no alvo, assim conseguiríamos entender o que se passa na prova", brincou o professor Ryan Marrast. "Mas para a criançada é tudo festa, então foi divertido acompanhar", completou sua colega de trabalho Charmaine Smith.

Luneta
Os próprios competidores têm dificuldades. Por isso, fazem uso de uma luneta para conferir como foi o tiro. "Às vezes, o técnico nos informa, porque ele fica um pouco mais atrás e vê tudo da luneta dele. Mas eu gosto de checar pessoalmente com o meu binóculo como foi a flecha, se está muito alta, se poderia ajustar a mira mais para um lado ou para outro", explicou o brasiliense Bernardo Oliveira, que foi eliminado na primeira rodada para o cubano Juan Carlos Stevens, por 6 a 5.

Já o guatemalteco Diego Castro, que caiu ante o brasileiro Marcus Vinícius ainda na primeira rodada, ensinou a tática para entender o tiro. "Basta olhar a sombra da flecha no alvo. Ali você consegue ter uma noção clara se o tiro foi próximo ao alvo. Mas, claro, não deixo de conferir o binóculo", contou.

Um bom binóculo ou luneta para seguir o tiro com arco custa na casa dos US$ 400 (R$ 1.2 mil). Todas as comissões técnicas possuem mais de um equipamento, porque é tão indispensável como o arco e a flecha.

Pela TV ou pelo telão
A arqueira colombiana Ana Maria Rendon, que está nas semifinais do Pan de Toronto, garante que o esporte tem muita emoção, mas as primeiras rodadas não precisam, necessariamente, ser acompanhadas in loco. "Para o torcedor, melhor acompanhar pela TV. Quando chegar na semifinal ou final, aí vale trazer um binóculo e assistir da arquibancada, tem muita emoção", explicou.

Os organizadores de competições de tiro com arco sabem da dificuldade de seguir a disputa tiro após tiro. Por isso, em competições de grande porte, como Pan-Americano ou Jogos Olímpicos, há sempre um telão gigantesco que facilitam o entendimento da prova. Será assim no Rio-2016, no Sambódromo, onde a modalidade será realizada.

E nesta sexta-feira, 17, o público canadense voltará a ter oportunidade de seguir o tiro com arco. Serão realizadas as provas por equipes. O time feminino brasileiro encara a Venezuela, enquanto que o masculino desafia os donos da casa, os canadenses. 

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