Plano da ginástica masculina para 2016 é não focar em um aparelho só
Fábio Aleixo
Do UOL, em Toronto (CAN)
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RICARDOBUFOLIN/CBG
Foco de Zanetti deixa de ser as argolas e passa a ser a disputa por equipes
Minutos após conquistar a medalha de ouro nas argolas na última terça-feira e colocar em sua galeria o único título que lhe faltava, Arthur Zanetti disse: "Agora simplesmente meu objetivo muda, o objetivo é ter o melhor resultado por equipes. Quando vou ao ginásio treinar penso nisso, pois individualmente estou totalmente realizado".
A frase do maior ginasta brasileiro da história reflete a estratégia traçada pela Confederação Brasileira de Ginástica (CBG): contar cada vez mais com atletas generalistas para conseguir um grande resultado na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016.
Mas para buscarem o difícil pódio olímpico, os ginastas brasileiros precisarão antes conseguir a classificação. E a meta é fazer isso já no Mundial de Glasgow (ESC) em outubro e não ter de adiar a obtenção da vaga para o evento-teste no ano que vem no Rio de Janeiro.
Para isso, a equipe que vai a Escócia precisará se colocar entre as oito primeiras para carimbar o passaporte. Ou então, ficar entre as 16, para tentar uma das quatro vagas que estarão à disposição no evento-teste.
"Para compor a equipe buscamos cada vez mais atletas que possam contribuir em todos os aparelhos e ajudar nesta classificação olímpica. É necessário este comprometimento. Teremos uma briga muito dura no Mundial. China e Japão são duas equipes impossíveis de atingirmos. Depois, vêm Estados e Rússia em um nível pouco abaixo. Vamos batalhar contra Alemanha, França, Ucrânia, Espanha, Bielorrúsia", disse Leonardo Finco, coordenador da seleção masculina.
E para que os atletas não se acomodem e estejam sempre evoluindo, a CBG manterá o critério de fazer avaliações permanentes para conseguir levar aos torneios sempre os melhores.
"Nossa equipe do Mundial, não está definida ainda. Agora acabando o Pan, faremos novas avaliações e assim seguiremos até o ano que vem", completou Finco.
No Pan, a ginástica masculina conquistou três medalhas. Além do ouro de Zanetti, teve também a medalha de prata por equipes e o bronze de Caio Souza no salto.
Um dos atletas que não esteve neste Pan por causa de uma lesão e por ter perdido parte das avaliações foi Diego Hypolito. E ele não tem vaga cativa no time.
"O Diego precisa mostrar que pode contribuir em todos os aparelhos e colaborar com a nossa classificação olímpica", completou Finco.
Quem também não viajou a Toronto e é peça-chave para a classificação olímpica é Sérgio Sasaki, em fase final de recuperação de uma lesão. Hoje o ginasta mais completo do Brasil, ele foi sétimo colocado no individual geral no último Mundial, em 2014.