Casal do Pan só ficou sozinho até agora para lavar roupa suja
Bruno Doro
Do UOL, em Toronto (CAN)
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Ricardo Buffolini
Daniel Paiola, do badminton, e Angélica Kvieczynski, da ginástica rítmica, são namorados
Daniel Paiola, do badminton, e Angélica Kvieczynski, da ginástica rítmica, namoram há três anos, mas pouco se veem. Ele mora em São Paulo, ela em Toledo, no Paraná. Quando ambos se classificaram para os Jogos Pan-Americanos de Toronto, muita gente pode ter pensado: chegou a hora de ficar juntinho.
Paiola chegou antes. Angélica desembarcou no Canadá há cinco dias. E a única oportunidade que estiveram para ficar juntos foi inusitada: na lavanderia da Vila Pan-Americana, para lavar roupa suja. Literalmente. "Ela tinha treino cedo. Como eu só jogava à tarde, fiquei até o final e recolhi a roupa dela também", conta Paiola, rindo.
É a história do relacionamento. "Não dá muito tempo. Morando em São Paulo, com ela no Paraná, a gente acaba se encontrando pouco. Às vezes no aeroporto", conta o jogador de badminton, que conquistou na quarta-feira sua segunda medalha nos Jogos, uma prata nas duplas masculinas.
Angélica começa a competir apenas na próxima sexta-feira. Justamente o dia em que Daniel volta ao Brasil. "Vou tentar assistir. A apresentação é pela manhã, meu voo é à noite". Até lá, porém, as chances de se encontrarem não vão aumentar muito. Angélica já avisou: "Disse que fico diferente em competição. Fico quieta, prefiro ficar sozinha, não gosto de ficar me distraindo e minha rotina é quarto, refeitório, ginásio..."
Os dois se conheceram graças ao Comitê Olímpico do Brasil. Em uma edição dos Jogos Escolares, competição que o COB organiza com jovens atletas, eles foram convidados para trabalhar como embaixadores. Iam aos eventos regionais, conversaram com a criançada, apresentavam o esporte. "Era 15 embaixadores e nós éramos os únicos solteiros. Então, todo mundo deu aquela força para ficarmos juntos".
Deu certo. Hoje, até se arriscam a trocar de esporte. "Lá no clube, um dia por semana nós podemos levar a família para os treinamentos. A Angélica já foi algumas vezes e jogamos duplas. Ela é muito boa, como poste. Eu tenho de ir em todas as bolas".
O desempenho deve ser parecido quando quem está em outros esportes é ele. "Da primeira vez, cheguei chutando a bola e girando o bambolê. O problema é que aquela é a única bola no mundo que você não pode chutar e o bambolê tem outro nome, é arco", fala. "E, olha só: eu não usei o collant..."
E, se o casamento entre os dois esportes parece não ser dos mais fáceis, entre os dois atletas as coisas estão cada vez mais próximas. "Acho que vai acabar dando casamento, sim. A pressão, pelo menos, já começou".