Cartola tem 27 anos no cargo e só agora fala em chance de medalha olímpica

Daniel Brito

Do UOL, em Toronto (CAN)

João Tomasini é um dos mais longevos presidentes de confederação esportiva no país. Ele está á frente da Confederação Brasileira de Canoagem desde abril de 1988. Neste período, organizou equipes que representaram o país em sete edições de Jogos Olímpicos, desde Seul-1988. Mas é só agora, no caminho para o Rio-2016, que o dirigente admite que jamais esteve tão próximo de ver um canoísta no pódio olímpico como atualmente.

"Realmente, o meu tempo na confederação um dia chegará ao fim, mas eu quero sair da CBCa como um presidente medalhista. Eu nunca me senti que tão perto de uma medalha olímpica. Nunca. Mas é uma esforço diário, é uma equipe, são mais de 20 pessoas envolvidas nisso", disse ao UOL Esporte, Tomasini.

Ele atribui o sucesso ao aumento no investimento. De 2014 até hoje, a CBCa já foi agraciada com mais de R$ 15 milhões do BNDES, por intermédio da lei de incentivo ao esporte do Ministério do Esporte. Pela previsão do COB, a confederação vai ser contemplada com R$ 3.8 milhões da Lei Piva somente em 2015. Além disso, há o contrato recém-assinado com a General Eletrics (GE), cujo valor não pode ser divulgado em razão de uma cláusula de confidencialidade.

Divulgação
Tomasini é o presidente de confederação a mais tempo no poder no Brasil

É um cenário bem diferente do que já foi a confederação de canoagem do país, que se envolveu com os bingos, quando estes podiam financiar o esporte olímpico nacional. Afundou-se em dívidas e, até hoje, tem contas a pagar. De tal maneira que o investimento do BNDES na modalidade se dá por intermédio da Federação Paranaense de Canoagem, estado no qual se situa a sede da CBCa, e na Academia Brasileira de Canoagem.

"Felizmente, estamos bem servidos de apoio atualmente. Ministério, COB, BNDES, e agora a GE. Sem dinheiro, não se faz nada no esporte. E começou com a Lei Piva [sancionada em 2001], que estruturou a nossa confederação para que pudessemos gerir os recursos que hoje são investidos na CBCa", explicou Tomasini.

Com os patrocínios, a CBCa contratou quatro técnicos estrangeiros, entre os quais o espanhol Jesus Morlan, eleito o melhor treinador do Brasil em 2014 no prêmio anual concedido pelo COB, e o português Rui Fernandes, que é o treinador da seleção  de velocidade, da qual faz parte o baiano Isaquias Queiroz. "E com a ajuda de patrocinadores vamos trazer mais um espanhol para a canoa slalom. Teremos cinco treinadores estrangeiros que, além de preparar a equipe que vai para o Rio-2016, vamos formar novos treinadores com o conhecimento", previu o dirigente.

A maior esperança de medalha para o Brasil no Rio-2016 está em Isaquias Queiroz, 21,  baiano de Ubaitaba, que já tem no currículo quatro medalhas em Campeonatos Mundiais, duas delas douradas. No Pan de Toronto, ele já faturou o ouro nos 1000m C1 (individual) e 200m C1, e a prata nos 1000m C2 (em dupla).

Tomasini só não estipulou a data em que deixará a presidência da Confederação Brasileira de Canoagem.

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