Veterano, Tiago Camilo reduz treinos e projeta despedida em três anos
Fábio Aleixo
Do UOL, em Toronto (CAN)
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Divulgação/CBJ
Tiago Camilo tem se preocupado mais com a parte física
Quando disputou sua primeira Olimpíada, em Sydney-2000 e ganhou a medalha de prata, Tiago Camilo tinha 18 anos e ainda era tratado como uma das jovens revelações do judô brasileiro. Quinze anos depois e com duas medalhas de ouro em Jogos Pan-Americanos, ele chega a Toronto como o atleta mais velho da equipe nacional e com uma rotina diferente das demais. Já desgastado pelos diversos anos de treinos e combates, o veterano tem se poupado nos treinamentos de combate no tatame. Tudo para conseguir prolongar a carreira para fazer no ano que vem a sua despedida de Olimpíadas em grande estilo. Afinal, ele pretende seguir a carreira até 2018.
"Eu tenho um planejamento diferente do resto da equipe. Dedico bastante tempo a cuidar do meu corpo, com bastante foco na recuperação física e outros tipos de exercício. Isso é muito importante na atual fase da minha carreira. Por isso, muitas vezes, não faço os treinos de luta no tatame", afirmou o judoca que nesta segunda-feira (13) disputa medalha na categoria até 90kg e fará sua estreia já nas oitavas de final.
"Estou na seleção brasileira há 17 anos e foram horas infinitas de treinos. Até perdi a conta. É uma rotina cansativa, mas isso faz parte do esporte de alto rendimento. Não posso dizer que é sofrida porque eu amo o esporte e representar o meu país", disse o judoca que vê em seu principal adversário na disputa pelo ouro em Toronto o cubano Asley Gonzalez, vice-campeão olímpico em Londres-2012 e campeão mundial em 2013.
"Com todo respeito aos demais atletas, vejo minha disputa com o cubano, que foi de quem eu ganhei no Pan de Guadalajara", disse o brasileiro.
E o ouro serviria para fechar com 100% de aproveitamento suas participações em Pans. Tiago afirmou que pretende encerrar sua carreira no máximo até 2018. Depois disso, se dedicará à gestão esportiva e ao seu instituto que ensina judô a crianças carentes. Há quatro anos, possui um núcleo na comunidade de Paraisópolis, em São Paulo, que atende 200 alunos. Um novo será inaugurado em breve no Parque Bristol.
"Quero seguir trabalhando com esporte, que é o que eu amo. Vamos ver o que vai acontecer. Mas meu instituto é algo muito gratificante, um trabalho que dá muito felicidade. Sei quanto é importante dar acesso ao esporte e cidadania para as pessoas. É uma honra", disse.