PAN 2015

• Quadro de Medalhas

Os Jogos Pan-Americanos de Toronto estão longe da perfeição. Os problemas mais graves, até agora, surgiram nos placares. Em duas competições, foram falhas graves. No polo aquático, por dois dias os jogos foram paralisados ou atrasados por problemas na sincronia entre o sistema de cronometragem e placar. No judô, aconteceu um erro de sincronia entre o placar e a lista de ordem de lutas. Uma das duas áreas de luta da modalidade ficou parada por mais de uma hora.

Em comum, as duas falhas envolvem sistemas de tecnologia da informação. No caso do Pan, a empresa responsável por isso é a Atos. A mesma que será a responsável por toda a infraestrutura de TI dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

O UOL Esporte apurou que a área do Rio 2016 que cuida do assunto já acendeu o sinal de alerta. O discurso oficial, porém, é de calmaria. "É importante salientar que a Atos Pan-Americana não é a mesma Atos dos Jogos Olímpicos. Eles estão no mesmo guarda-chuva, mas têm estruturas totalmente diferentes. No Pan, a empresa é contratada e fornece serviços, e aqui eles têm um laboratório desde maio para testar todos os sistemas", diz Gustavo Nascimento, diretor de gestão de instalações da Rio-2016.

A grande questão é que parte dos problemas poderiam ter sido evitados. A reportagem apurou que durante o evento teste da modalidade, realizado, ironicamente, em um centro aquático com namming rights comprados pela própria Atos, o sistema de cronometragem era diferente do que está sendo usado no Pan. Dois juízes confirmaram a informação - o evento em questão foi a Copa Uana, disputada em janeiro, que valeu como pré-Mundial. Isso quer dizer que o sistema de cronometragem que está falhando nunca tinha sido testado em situação de jogo até o início dos Jogos.

Segundo o Rio-2016, testes dos sistemas em competição é essencial para que problemas como os que o Pan-Americano estão passando não ocorram. "A necessidade é bem própria de cada modalidade. Você tem um nível de preocupação com o placar de um esporte coletivo, mas não pode pedir para o Bolt correr de novo se o placar não conseguir aferir corretamente o tempo dele", fala Nascimento. "Estamos testando desde maio todas as estruturas de sistemas que serão usadas nas arenas olímpicas. Tudo. É possível que algo saia errado, é claro, mas o laboratório que a Atos montou aqui é imenso. Criamos toda a estrutura para não ter erros".

Oficialmente, a organização do Pan diz apenas que está investigando o assunto.

A Atos respondeu à reportagem e confirmou problemas no polo aquático, mas não no judô. Segue a nota oficial enviada pela empresa:

"A tecnologia fornecida pela Atos para os Jogos PanAmericanos vem correspondendo às expectativas da empresa. No entanto, a Atos ressalta uma pequena falha técnica ocorrida nos dias 7 e 8 de julho, durante os jogos de polo aquático, que foi solucionada em menos de dez minutos e não afetou o andamento da competição.

O escopo da função da Atos nos Jogos PanAmericanos não é o mesmo para os Jogos Olímpicos do Rio 2016. Em Toronto, a Atos não é responsável pelo credenciamento. A Atos não é responsável pela internet ou rede de wifi. Também não é responsável pelos placares.

A companhia é responsável pelas aplicações dos sistemas de tempo, pontuação e resultados. A Atos distribui os resultados para as organizações -- que são os responsáveis pelos placares, pelas publicações nos meios de comunicação, transmissão pela TV, postagem em sites, além de publicação dos resultados diretamente no site do Toronto 2015 e fornecem gráficos para as emissoras de televisão.

Não houve problemas técnicos durante a competição de judô. Durante os dois dias de provas, com mais de 70 competidores no total, não foram registrados problemas técnicos.

Todos os equipamentos usados nos Jogos de Toronto 2015 foram exaustivamente testados antes do início da competição, durante o Jogos no Sudeste Asiático, em Cingapura e nos Jogos Universitários em Gwanagju. No total, a Atos apresentou 10 mil horas de testes antes do início dos Jogos PanAmericanos. E os testes para os Jogos Olímpicos de 2016 já estão encaminhados.

Mais uma vez, Daniella Di Caprio e eu, que formamos a equipe de relacionamento com mídia da Atos no Brasil, estamos à disposição para colocá-los em contato com os times de Comunicação da companhia na América Latina, do Norte e Europa a respeito das novidades da companhia e o escopo das atividades relacionadas aos Jogos Olímpicos."