"Formiga Atômica" se quebrou 18 vezes e encanta Colômbia com carisma e ação

José Ricardo Leite

Do UOL, em Toronto (CAN)

  • Reprodução/Instagram

    Mariana Pajón mostra medalha de ouro que ganhou na Olimpíada de Londres

    Mariana Pajón mostra medalha de ouro que ganhou na Olimpíada de Londres

Se um dos ingredientes para ser campeão é ter muita coragem, isso definitivamente não foi problema na carreira de Mariana Pajon, um dos principais nomes da história do esporte colombiano e favorita para ficar com o ouro no ciclismo BMX dos Jogos Pan-Americanos de Toronto.

Com apenas 23 anos, sua galeria de títulos tem um ouro olímpico em Londres e quatro mundiais. Só que o número de conquistas é bem inferior aos danos que já teve em função dos perigos das manobras ousadas e o festival de tombos que o seu esporte oferece. "Tive fraturas em todos os Mundiais. Já tive mais ou menos umas 18 quebras (em partes do corpo)", contou.

"Mas amo o que faço e por isso me arrisco. Nunca tive medo, adoro o que faço. A sensação que tenho antes de sair é o que importa, e sempre penso que vou me divertir", falou.

Pajon é quase que uma máquina de títulos. Além dos tetracampeonato mundial profissionalmente, tem outros três quando ainda era júnior. E, nessa época, foi que ganhou um apelido que carrega até hoje em seu país por decidir já pequena enfrentar mulheres maiores: Formiga Atômica. A valentia de um "Davi contra várias Golias" impressionava as pessoas.

"Foi em 2004, em um campeonato mundial, corri com 13 anos em uma categoria de 18. Eu era muito pequena e corria contra muitas atletas maiores. Por isso passaram a me chamar assim", explicou.

Mariana é uma referência no esporte do país vizinho e um estrela do calibre de James Rodriguez e Falcao Garcia, já que é dona de uma das apenas duas medalhas de ouro da história do país em Jogos Olímpicos. Não só sua coragem a fazem de um ícone no país. Ela é vista com muito carisma, sobretudo por ações sociais que faz por meio de um instituto pessoal que criou.

Tem uma fundação que leva seu nome para integrar socialmente crianças do país. Ela veio de família de classe média alta e diz que um esportista tem que fazer algo mais por seu país do que só dar medalhas. Afirma que é preciso ajudar as pessoas. "É um orgulho muito grande ser uma referência e poder ser orgulho do meu país. Eu sempre me sinto orgulhosa de vestir essas cores e ser uma melhor do mundo e poder ganhar representando essas cores", falou.

"Eu sempre penso que um verdadeiro campeão é aquele que não só ganha medalhas, mas que dá exemplo dentro de seu país. Isso é mais importante. Temos que mostrar ao mundo que a Colômbia é e o que somos capazes de fazer.Tive muitas oportunidades na vida, não posso reclamar. Tive muitas coisas. Lutei muito também. E sei que muitas crianças e jovens na Colômbia têm sonho também. E quero ajudar nesse processo. Tenho essa fundação que hoje foca no BMX e também ajuda o país", continuou.

Reprodução/Instagram

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