Brasil deixa Guadalajara com 50% de medalhistas, mas só 26% das vagas olímpicas
Bruno Doro Em Guadalajara (México)
O Comitê Olímpico Brasileiro anunciou neste domingo que mais da metade da delegação nacional volta ao Brasil com medalhas nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara-2011. Dos 515 atletas que defenderam o país no México, 277 subiram ao pódio. O aproveitamento de 50% nas medalhas, porém, não se traduziu nas vagas olímpicas.
“PAN DEU CERTO GRAÇAS AO JEITINHO MEXICANO”, DIZ BERNARD
Faltou água, o refeitório tinha filas e os horários de treinos eram, em muito momentos, uma bagunça. Mesmo assim, os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara terminam neste domingo com elogios dos brasileiros. Principalmente pelo “jeitinho mexicano”.
“É claro que tivemos problemas. Todo santo dia tinha problema para resolver. Mas Jogos são assim mesmo. Mas os mexicanos tinham um jeito muito parecido com o jeitinho brasileiro para resolver tudo”, contou o chefe da missão brasileira, Bernard Rajzman.
O Brasil chegou ao México buscando 93 vagas para Londres-2012. Deixa Guadalajara-2011 com 24 delas, aproveitando 26% das vagas. Desde o início dos Jogos, a classificação olímpica era tratada como maior objetivo verde-amarelo nas arenas mexicanas. “Esses números apresentados são excelentes. Não eram 97 vagas para o Brasil, mas todos os países do Pan e conseguimos uma vaga a cada quatro”, disse Marcus Viníciu Freire, superintende executivo do COB.
No Pan, o Brasil garantiu vaga para Londres no pentatlo moderno (com Yane Marques), no hipismo CCE (com a equipe de cinco pessoas), no handebol feminino (o time tem 14 membros), no triatlo (com Reinaldo Collucci) e na canoagem (com Erlon Souza e Ronílson Oliveira no C2 1000m).
Cesar Castro, dos saltos ornamentais, é o 24º da lista, mas sua vaga ainda não está garantida. No trampolim de 10 m, o campeão se classificava, mas os dois mexicanos que ficaram com ouro e prata já tinham lugar nas Olimpíadas. “A Fina não prevê esses casos, mas já fizemos um pedido para isso. E já estamos computando essa vaga”, explica o dirigente.
O desempenho brasileiro também foi elogiado pelo Comitê, que chamou a performance de “melhor Pan da história fora do Brasil”. Foram 141 medalhas e 48 de ouro em Guadalajara-2011, contra 157 e 52 no Rio de Janeiro-2007 e 123 e 29 em Santo Domingo-2003. “Comparar com os Jogos dentro de casa é difícil. A comparação fica fora da curva. Mas se olharmos para a República Dominicana (Santo Domingo-2003), ficamos com 60 % a mais no número de ouros, o que é um dado muito legal. Somado aos medalhistas, mostramos que, mesmo se não superamos o Rio-2007, conseguimos manter o nível”.
O Brasil terminou em terceiro lugar no quadro de medalhas, considerando as medalhas de ouro. Os brasileiros ficaram atrás de EUA, com 92 ouros, e Cuba, com 58. No número total de medalhas, a colocação melhora: foram 234 para os norte-americanos, 141 para brasileiros e 136 para cubanos.
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