Brasileiro Diego Hypolito durante a série que rendeu medalha de ouro no solo no Pan
29/10/2011 - 07h00
Diego Hypolito trabalha lado psicológico para evitar novo fiasco olímpico
Gustavo Franceschini Em Guadalajara (MEX)
Diego Hypolito, ao que tudo indica, vai chegar às Olimpíadas de Londres, em 2012, com o status de favorito que já tinha em 2008, em Pequim. Para evitar a perda de medalha por conta de um tombo, como há três anos, o melhor ginasta do país trabalha o lado psicológico e diminui a cobrança sobre ele mesmo antes das competições.
“Antigamente eu só queria o ouro. Focava só no primeiro lugar, e isso não me fazia muito bem. Hoje eu quero uma medalha. O grande sonho da minha vida é uma medalha olímpica, seja de que cor for”, disse Diego Hypolito após a segunda de suas três medalhas de ouro no Pan de Guadalajara.
O desempenho no México confirma a boa forma do ginasta. No início do mês, Diego já havia garantido sua vaga em Londres ao conquistar o bronze na disputa do solo, no Mundial de Tóquio, no Japão. No Pan, foi decisivo na vitória do Brasil na competição por equipes e ganhou sem sustos os ouros no solo e no salto.
O atleta do Flamengo só tem de se preocupar para não repetir o roteiro de Pequim. Em 2008, ele já era bicampeão mundial do solo, em 2005 e 2007. Na final na China, o grande favorito vinha muito bem até cair no último salto de sua apresentação. A expressão de surpresa de Diego após o erro fez muita gente temer até pelo seu futuro no esporte, por conta do trauma da medalha perdida.
Ele parece ter dado a volta por cima após um ciclo olímpico turbulento. Entre 2008 e 2011 fez três cirurgias delicadas e suou para voltar à velha forma. Hoje treina no Flamengo, mas tem um grupo multidisciplinar que cuida de sua preparação, contando até com um psicólogo.
A preparação para Londres ainda tem, no caminho, a classificação por equipes. Diego estabeleceu como um de seus objetivos a participação no evento-teste que acontecerá na Inglaterra, em janeiro. O Brasil precisa ser um dos quatro melhores entre oito países para estar nas Olimpíadas com o time completo.
“Esse é um evento super importante. Eu quero muito que todo mundo vá para Londres. Os meninos são muito bons e se dedicam muito. Foi muito legal a união que a gente conseguiu. Sempre disse para eles que a ginástica masculina não é só o Diego”, disse o atleta.
Individualmente, ele ainda quer melhorar sua série de salto. Na ginástica, cada atleta estabelece um grau de dificuldade para a sua apresentação, que determina a sua nota de partida, que fica mais alta à medida que os movimentos são mais complexos de se executar. A partir desse número, os juízes vão descontando os erros e chegam à nota final.
Diego avalia que sua série de saltos não é difícil o suficiente para ganhar uma medalha. “Eu já aumentei o grau de dificuldade dela com relação ao Pan do Rio, mas acho que dá para aumentar um pouquinho mais”, disse o ginasta.