Leandro Cunha, o Coxinha, comemora medalha de ouro no Pan de Guadalajara
29/10/2011 - 10h00
Campeão no judô, Leandro Cunha celebra virada na carreira após batizar filha de Vitória
Bruno Doro Em Guadalajara (México)
O nome não poderia ser mais apropriado. Vitória. Desde que a filha de Leandro Cunha nasceu, a fase do novo papai não poderia ser melhor. O Coxinha foi vice-campeão mundial pela segunda vez e, na noite de sexta-feira, conquistou a medalha de ouro dos meio-leves (66 kg) no judô nos Jogos Pan-Americanos.
VITÓRIA, A FILHA DE LEANDRO CUNHA
O judoca usou sua conta no twitter para avisar sobre o nascimento de sua filha: "Ouro dedicado a minha filha Vitória! Bem vinda ao mundo. Coxinha, campeão Pan-Americano de Judô!", escreveu o judoca em abril
“Coloquei o nome certo, Vitória. Ela é pé-quente. Vou ter que dar mais uma medalha para a coleção dela”, afirmou, contente, o pai coruja, após uma das campanhas mais estranhas do judô em Guadalajara. Em suas três lutas, os juízes aplicaram marcações, voltaram atrás e os lutadores ficaram sem entender.
Na primeira, foram dois ippons revogados antes do golpe perfeito que definiu a vitória. Na segunda, um waza-ari foi revisto e virou um ippon. E na final, os juízes chegaram a pedir para os atletas recomeçarem o combate após um waza-ari e três punições, que equivalem a um ippon. “Desde o começo foi confuso assim. Disseram que eu fiz três ippons na primeira luta, mas acho que não foi assim. Talvez dois. Mas o importante é que eu estava preparado para vencer”.
O título, aliás, foi a primeira grande vitória de Coxinha. Ele foi duas vezes vice-campeão mundial, mas nunca ouviu o hino nacional em competições maiores do que uma Copa do Mundo – a FIJ (federação Internacional de Judô) tem uma escala crescente de importância dos torneios, com Copas do Mundo, Grand Prix e Grand Slams, além dos Mundiais.
“Eu já venho em uma crescente. Sou sexto do ranking. O Pan estava no nosso calendário e era muito importante para minha carreira. Em 2007, não consegui participar. Esperei quatro anos para conquistar essa medalha. Quatro anos de muito suor, perseverança e persistência. Não é só mais um título no currículo”, comemorou.
A alegria do judoca tem muito a ver com seus últimos dois ciclos olímpicos. Titular absoluto dos 66 kg desde 2009, ele foi reserva em 2004 e 2008. “Você tem que esperar o momento. Em 2004 fiz final de seletiva olímpica, mas não era o momento. Não estava maduro, experiente. E tinha o Henrique Guimarães, que vinha de medalha olímpica. Depois veio o João Derly, que foi um grande representante da categoria. E agora eu estou fazendo a minha história. Agora é o Leandro Cunha que chegou”.