A brasileira Daniele Hypolito discordou da colega de seleção Daiane dos Santos e descartou a hipótese de voltar a treinar com o ucraniano Oleg Ostapenko em uma possível reedição da seleção permanente. Em entrevista após sua participação na competição individual geral do Pan de Guadalajara, ela rasgou elogios aos seus técnicos atuais e expôs a falta de união do time verde-amarelo.
“A seleção [permanente] foi boa? A resposta está na minha performance. Olha o meu vídeo de Pequim e olha o meu vídeo agora. Eu sou uma atleta muito melhor agora. Eu agradeço o que o Oleg e a Irina [Iliaschenlo, ex-assistente do ucraniano] fizeram pelo nosso país, mas eu não deixo os meus treinadores atuais, que me fizeram voltar para a ginástica”, disse Daniele Hypolito.
O problema todo está no desempenho da equipe verde-amarela, que ficou fora do pódio por equipes do Pan pela primeira vez desde a edição de 1995, em Mar del Plata. A queda de rendimento fez Daiane dos Santos falar em voltar a treinar com Oleg Ostapenko, que voltou ao Brasil para um projeto de formação de talentos em Curitiba, antiga sede da seleção permanente.
O ucraniano comandou as meninas do Brasil de 2001 a 2008 em um sistema muito rígido de treinamento. Depois do fim da seleção, sobraram críticas das ginastas ao tratamento dispensado pela comissão técnica a elas, que incluiriam humilhações e negligência médica.
Hoje, com cada uma em seus clubes, o Brasil está ameaçado de ficar fora dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. Para evitar o vexame, precisa ir bem no evento-teste que ocorrerá na Inglaterra no início do ano que vem. A comparação com o time masculino, ouro em Guadalajara, é inevitável.
“Ontem [terça-feira] eu fiquei super feliz pelos meninos. Eles merecem mais do que ninguém essa medalha, porque trabalham muito e são muito unidos. Você percebe isso em cada troca de aparelhos deles. Todos se apoiam e se ajudam”, disse Daniele Hypolito, que não escondeu sua opinião quando perguntada sobre a “união” entre as meninas.
“É claro que nós torcemos umas pelas outras, mas realmente a gente precisa entrar com uma equipe mais forte. A gente teve dois times nas duas últimas Olimpíadas com potencial, o que não temos agora”, disse a ginasta.