Brasileiros vibram após ponto na vitória contra os Estados Unidos, nesta quarta-feira
27/10/2011 - 00h47
Brasil bate EUA e vai à semifinal do vôlei; vaga é garantida com regra bizarra
Bruno Doro Em Guadalajara (México)
O Brasil venceu os EUA nesta quarta-feira por 3 sets a 1 (18-25, 25-17, 25-14 e 25-18), mas o que aconteceu depois do segundo set, pelo menos para os brasileiros, não importou muito. Graças à inusitada regra de pontuação dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, o time do técnico Rubinho só precisava vencer uma das parciais para garantir a vaga direta nas semifinais, reservada para os campeões de cada um dos grupos.
Guadalajara-2011 inovou na pontuação e escalonou a pontuação de cada vitória. Um 3 a 0 rende 5 pontos ao vencedor e nenhum ao perdedor. Já um placar de 3 a 1 dá quatro pontos ao vencedor e um para o perdedor. E no 3 a 2, cada time leva em pontos o número de sets que ganhou.
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Você acha que trabalhar com esporte é uma grande moleza, certo? Ir ao ginásio, escrever sobre uma partida, conversar com os jogadores. Bom, a profissão é, realmente, das mais movimentadas. Mas nem tudo é tão agradável quanto você pensa.
Como o Brasil chegou à terceira rodada com dois 3 a 0, somava dez pontos. Em segundo lugar, Porto Rico tinha 7. E o único time que poderia igualar o Brasil eram os EUA, que chegariam à partida desta noite com 5 pontos e, com um 3 a 0, teriam os mesmo 10 do Brasil – a vaga seria, então, definida nos pontos average.
"Eu acho que é uma regra justa. A ideal é o sistema italiano, de três pontos, mas o de cinco também equaliza bem o rendimento de cada time. Só fica meio estranho um time ficar com 15 pontos na primeira fase depois de marcar 3 a 0 nos três jogos", analisa Gustavo.
O técnico Rubinho foi mais cauteloso ao avaliar a regra. "Acho que é um sistema justo, mas não posso afirmar se ele é o melhor. Não parei para fazer uma análise detalhada. Mas concordo, também, que o sistema de três pontos que a Federação Internacional está usando é adequado", disse.
Sabendo que precisava ganhar por 3 a 0, os EUA foram para cima no primeiro set e, mesmo com atletas menos rodados, levaram a primeira parcial. O mérito, porém, não foi deles. Errando muitos ataques – em uma sequência, os brasileiros jogaram três de quatro bolas que tentaram para fora –, o time de Rubinho permitiu aos rivais o controle do placar. Ele até tentou trocar seus opostos e levantadores (saíram Bruninho e Wallace Souza, entraram Murilo Radke e Wallace Martins), mas nada funcionou. Sempre que os brasileiros conseguiam diminuir um pouco a vantagem, os norte-americanos respondiam.
Após perder o primeiro set por 25 a 18, no entanto, os brasileiros melhoraram. Erraram menos e não tiveram dificuldades em abrir vantagem no placar. No fim, os EUA ainda tentaram atrapalhar: o placar chegou a estar 21 a 11 para o time verde-amarelo, mas o set só terminou em 25 a 17. No terceiro set as coisas foram ainda mais fáceis. Com menos erros, o Brasil fechou em 25 a 14. No quarto, e último, a seleção conseguiu comandar o placar desde o início, mantendo boa vantagem à frente. Após chegar à segunda parada técnica com 16 a 12, a equipe se distanciou ainda mais e fechou em 25 a 18.
"O jogo de hoje (quarta-feira) serviu para mostrar que nós temos que entrar ligado o tempo todo. Do jeito que entramos no primeiro set não dá", afirmou o meio de rede Gustavo. Já o levantador Bruninho disse que a equipe ficou desequlibrada na primeira parcial com seguidos erros da arbitragem do confronto.
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