Jogador argentino tenta superar marcação de três brasileiros na decisão do handebol
Mais uma vez Brasil e Argentina se enfrentaram na final do Pan, e de novo a rivalidade entre os dois países roubou a cena. Com um ginásio com clima de ‘caldeirão” digno de jogos de futebol, o time verde-amarelo passou apuros e perdeu para os vizinhos pelo apertado placar de 26 a 23 desperdiçando, de quebra, a chance de garantir a vaga para os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. Agora, para ir à Inglaterra, o Brasil terá de disputar um torneio internacional em abril, contra Suécia, Croácia e uma seleção asiática.
O confronto desta segunda repetiu os de 2007 e 2003, nos dois últimos Pans. Em Santo Domingo, as equipes levaram o jogo para a prorrogação e os brasileiros venceram com um gol de diferença, em uma decisão emocionante. Há quatro anos, em casa, o time verde-amarelo venceu com mais facilidade, mas uma briga generalizada no fim foi o grande destaque da conquista.
Na ocasião, Léo foi apontado como o criador do tumulto, por supostamente ter provocado os rivais. A briga de cinco minutos teve de ser apartada pela Força Nacional e teve até participação de torcedores. Desta vez, o duelo maior foi só na arquibancada, já que o hoje capitão do Brasil ficou a maior parte do tempo no banco.
Desde antes do jogo, os argentinos presentes mostravam força. Entoaram cânticos típicos, gritaram muito na apresentação dos jogadores e deliraram com o hino nacional. Em quadra, os jogadores brasileiros responderam à altura, cantando o hino literalmente aos gritos.
Durante a partida não foi diferente. Muitas vaias nas posses de bolas brasileiras, vibração nas melhores jogadas alvicelestes e explosões nos gols. Os momentos de silêncio só vieram com pequenas disparadas do Brasil no placar. Um lance bonito, porém, despertava os “hermanos”.
Foi assim quando o Brasil tinha quatro gols de vantagem no primeiro tempo e vivia seu melhor momento, mas viu a Argentina descontar com um chute por cobertura. O lance abalou os bicampeões do Pan, que viram os rivais encostarem e virarem. A decisão do primeiro tempo ainda daria uma mostra do clima de estádio.
Em uma falta, com o tempo já esgotado, Pizarro colocou a Argentina à frente por 15 a 14 com um chute ao lado da barreira, muito bonito. A vibração em quadra e na arquibancada foi como a de um título.
No segundo tempo, o Brasil deu sinais de abalo. Após um começo claudicante, levou cinco gols de diferença e perdeu contato com os rivais. A equipe pagou pelo excesso de faltas e, consequentemente, de momentos com um jogador a menos em quadra.
Escorada na torcida, a Argentina soube manter a vantagem sem levar muitos sustos, apesar do placar próximo. Com isso, conquistou seu primeiro título pan-americano no handebol masculino, passando à frente em uma rivalidade que foi destaque das duas últimas edições da competição continental.
"Nosso jogo não encaixou, perdemos muitos gols, e o goleiro deles teve uma grande atuação. Mas é isso, perdemos, eles são os campeões", lamentou o ponta-direita Chiuffa, que tentava seu primeiro título pan-americano, em entrevista à TV Record.
Léo, um dos mais veteranos da equipe, garantiu que não vai sequer ao Pré-Olímpico. Segundo o jogador, a partida desta segunda foi a última dele pela seleção. "Eu acho que já fiz muito pelo esporte. Vou deixar essa para os mais novos", disse o jogador, em tom melancólico.
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