Murer lamenta erro no salto com vara; campeã em 2007 mostrou nervosismo na prova
24/10/2011 - 22h49
Fabiana Murer evita vexame de ficar fora do pódio, mas leva só a prata no Pan
Alexandre Sinato Em Guadalajara (México)
No melhor momento da carreira e teoricamente sem uma grande rival pela frente. Fabiana Murer tinha tudo para conquistar a medalha de ouro nesta segunda-feira, mas deixou a pista apenas com a prata. Apesar de evitar o vexame de sequer ir ao pódio do Pan de Guadalajara, a brasileira não conseguiu defender o título conquistado no Rio-2007.
Grande atração do primeiro dia do atletismo, a campeã mundial saltou 4,70 m e acabou com a segunda colocação no salto com vara, sofrendo com uma grande atuação da cubana Yarisley Silva, que bateu o recorde pan-americano, da brasileira, e fez sua melhor marca da carreira, com 4,75 m.
Depois de uma longa espera, já que o sarrafo começou a 3,40 m, Fabiana Murer foi para a prova apenas com a altura colocada em 4,50 m, tamanha sua confiança. Mas foi só na terceira e última tentativa que ela se manteve na disputa, colocando-se de cara no pódio. O drama se prolongou para 4,60 m, em uma disputa em particular com a cubana Yarisley.
O segundo drama de Murer foi nesta altura. Enquanto a rival passou de primeira, igualando o recorde pan-americano da brasileira, Murer mais uma vez só avançou na terceira oportunidade.
A disputa se encerrou quando ambas passaram por 4,70, mas só a cubana venceu o desafio de superar o sarrafo a 4,75 m, conquistando o ouro.
Diferentemente dos Jogos no Rio, Fabiana não competiu apenas com o rótulo de esperança brasileira. O inédito título mundial conquistado no Mundial de Daegu a colocou como estrela de sua prova. E as marcas que ela tem obtido comprovavam que a evolução não está apenas no status, mas o nervosismo a prejudicou.
Se em 2007 ela foi ouro com 4,50m (depois ainda conseguiu 4,60m), neste ano a atleta paulista chegou amparada pelos 4,85m que garantiram o título na Coreia do Sul. Em quatro anos, sua marca melhorou em 19cm.
Para facilitar ainda mais o cenário nesta segunda, Fabiana não se deparou com suas principais adversárias. A ausência da norte-americana Jeniffer Suhr facilitaria o caminho, mas a brasileira desperdiçou a chance.
O Brasil ainda viu uma boa participação de Karla da Silva, que parou em 4,30 m, muito próxima de um pódio com o quarto lugar. Ela fez a mesma marca da norte-americana Rebecca Holliday, que ficou com o bronze por ter garantido a marca na primeira tentativa - Karla o fez na segunda.