Daiane dos Santos durante sua apresentação no solo; brasileira caiu e pode ter saído do Pan
Daiane dos Santos, uma das maiores esperanças de medalha do Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, está fora da briga por medalhas. A ginasta gaúcha competiu, nesta segunda-feira, na disputa por equipes e falhou em sua apresentação no solo. O time brasileiro como um todo, por sua vez, também decepcionou e ficou fora do pódio.
“Minha nota no solo até que foi boa, só um pouco abaixo da Dani [Hypolito], mas acho que não vai dar. Agora a gente tem de pensar no planejamento para Londres”, disse Daiane após sua apresentação, dizendo-se surpresa pelo seu erro.
A previsão de Daiane se cumpriu. Além de não ter ganho medalha com a equipe, a gaúcha ainda se viu fora das finais de todos os aparelhos e também do geral individual. Com isso, ela encerrou sua participação no Pan de Guadalajara. A disputa desta segunda-feira definiu as medalhas por equipes e também levou as melhores ginastas para as finais individuais. O Brasil errou muito em sua passagem e teve de torcer, de longe, contra México e Colômbia para ficar com o bronze, sem sucesso.
As favoritas dos Estados Unidos acabaram no primeiro lugar, com o Canadá logo atrás e o México completando o pódio. A Colômbia ficou em quarto e o Brasil, com 209,825 pontos, teve de se contentar com a modesta quinta colocação.
Daiane dos Santos foi apenas uma das atletas brasileiras a cair nesta segunda-feira. A ginasta errou o salto duplo grupado no solo, sua especialidade, e conseguiu 12,625, só a terceira maior nota no Brasil.
Além dela, Daniele Hypolito, Priscila Cobello, Gabriela Soares e Adrian Nunes também sofreram quedas em diferentes aparelhos. Bruna Leal foi a única a sair ilesa, mas sem uma grande pontuação. No fim, Daniele Hypolito foi quem se deu melhor.
A atleta do Flamengo está na final individual geral (assim como Bruna Leal), no solo e no salto (ao lado de Adrian Nunes). O país ficou sem representantes nas barras assimétricas, mas terá Priscila Cobello nas traves.
O mau resultado no primeiro dia da ginástica no Pan de Guadalajara acabou com uma série positiva do país. Desde os Jogos de 1995, em Mar del Plata, na Argentina, o Brasil não ficava fora do pódio na competição por equipes.
Desde então, o time verde-amarelo foi bronze em 1999, em Winnipeg e em 2003, em Santo Domingo. Há quatro anos, no Rio de Janeiro, conseguiu a prata.
Sem o Pan, Daiane dos Santos planeja voltar a treinar com um velho conhecido. Oleg Ostapenko, o técnico ucraniano que a deixou em condições de brigar por uma medalha olímpica, está de volta ao Brasil.
O especialista voltou a Curitiba, antiga sede da seleção permanente, a convite da Federação Paranaense de Ginástica e do Movimento Live Wright, com o intuito de desenvolver talentos da região. Daiane, que hoje treina no Pinheiros, em São Paulo, quer passar um tempo com o antigo chefe em novembro, e pede que todas as ginastas voltem a se reunir.
“Eu sempre fui a favor da seleção permanente. Hoje todas as meninas são também. É importante para a gente estar todo mundo junto, com o mesmo método de trabalho. Agora o problema é definir onde vai ser essa reunião”, disse Daiane, citando a promessa da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) de montar um centro no Rio de Janeiro.
Nesse ponto, pode pesar o lado político. As comandantes da FPG, que trouxeram Oleg de volta ao país, são as antigas dirigentes da CBG. Para reunir as atletas, portanto, a confederação teria de abrir mão de contar com Oleg Ostapenko e ir ao Rio ou deixar o jogo político de lado e levá-las a Curitiba.
“Eu falei com a Nadia ontem [domingo]. Eles estão dispostos a ajudar. Até porque o trabalho que está aqui também é deles, então eles têm interesse que a gente esteja bem”, completou Daiane.
* Atualizada às 20h56
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