Puerto Vallata foi palco de seis medalhas de ouro da delegação brasileira no domingo
24/10/2011 - 01h00
Brasil vai para a praia, se enche de ouro e tem melhor dia no Pan
Do UOL Esporte Em Guadalajara (México)
O clima litorâneo e animado de Puerto Vallarta fez bem ao Brasil. A cidade, localizada a cerca de 350 km de Guadalajara, viu de perto o melhor desempenho do país nos Jogos Pan-Americanos. Neste domingo, a delegação brasileira conquistou oito medalhas de ouro, sendo seis em Puerto Vallarta.
ATLETAS DOURADOS NA PRAIA DO PAN
Reinaldo Colucci Triatlo
Patricia Freitas Vela (RS-X)
Matheus Dellagnello Vela (Sunfish)
Alexandre Saldanha (f), Maurício Santa Cruz, Guilherme Hamelmann e Daniel Santiago Vela (J-24)
Bimba Vela (RS-X)
Gabriel Borges (f) e Alexandre Amaral Vela (Snipe)
Principal subsede do Pan, Puerto Vallarta já tinha ouvido o hino nacional brasileiro duas vezes no vôlei de praia. Neste domingo, foram cinco vezes na vela e uma surpreendente vez no triatlo. Enquanto isso, em Guadalajara, a bandeira brasileira subiu ao topo do pódio apenas duas vezes, na maratona e no handebol, ambas com as mulheres.
O dia de medalhas do Pan começou com Reinaldo Colucci no triatlo. Ele não era apontado como favorito na prova, mas se manteve no pelotão da frente e, com uma acelerada no final, ganhou a competição e, de quebra, uma vaga para o país nos Jogos Olímpicos de Londres-2012.
“Parece que estou inteiro, mas não estou. Deve ser a emoção da vitória e de conseguir essa vaga direta”, comemorou Colucci depois da prova.
Perto dali, na disputa da vela, o domínio brasileiro foi gritante. O país ganhou cinco das nove classes, além de ter conquistado também uma prata e um bronze.
Duas medalhas de ouro já tinham sido garantidas no sábado, por antecipação. Patricia Freitas, na RS-X feminina, e Matheus Dellagnello, na Sunfish, entraram na água já como campeões pan-americanos.
O primeiro ouro do domingo veio por meio do neto de João Saldanha, jornalista e treinador da seleção brasileira de futebol na conquista do tri de 1970, também no México. Alexandre Saldanha compôs o barco vencedor da J-24 ao lado de Maurício Santa Cruz, Guilherme Hamelmann e Daniel Santiago.
“Sempre fui uma negação no futebol. Meu avô nunca me incentivou a jogar. Ele também nunca me levou ao Maracanã com ele na tribuna de imprensa. No entanto, ele sempre me apoiou na vela e dizia que praticar esporte era muito importante”, relembra o medalhista pan-americano.
Logo em seguida Ricardo Winicki, o Bimba, faturou o tricampeonato da prancha a vela. "Estava há um tempo sem subir no pódio. Tive problemas com o equipamento, mas estou de volta. Queria esse ouro para igualar o Scheidt (tricampeão pan-americano na classe Laser), que é um cara que admiro muito e tem três ouros”, disse Bimba.
Por último, Gabriel Borges e Alexandre Amaral ficaram à frente dos norte-americanos Agustín Diaz e Kathleen Tocke na última regata e levaram para casa a medalha de ouro na classe Snipe.
Em Guadalajara, quem brilhou foi Adriana da Silva. Com um bom desempenho principalmente na segunda metade da prova, ela ganhou o ouro na maratona e ainda quebrou o recorde pan-americano.
“Estou muito contente por todo o treinamento que fiz para conquistar esta medalha. Tenho que agradecer o meu treinador, minha família e todos os meus amigos. Eles foram parte importante desta conquista”, disse a campeã.
Para completar o dia de ouro do Brasil no Pan, nada melhor que uma vitória sobre a Argentina. E foi isso o que aconteceu na final do handebol, com as meninas brasileiras batendo as “hermanas” com extrema facilidade. O jogo também garantiu uma vaga do Brasil na Olimpíada de Londres.
O dia só não foi perfeito para o país porque o futebol masculino deu um papelão, perdendo para a Costa Rica e sendo eliminado do Pan ainda na primeira fase, sem ter conseguido nenhuma vitória.