Iziane briga pela bola com a portorriquenha Cortijo em derrota na semifinal do Pan
24/10/2011 - 17h56
Brasil esquece defesa, perde de Porto Rico e está fora da final do basquete feminino
Bruno Doro Em Guadalajara (México)
O ouro do basquete feminino era um dos mais fáceis do Pan de Guadalajara. O Brasil vinha com duas jogadoras da WNBA, com a base do time que conquistou com facilidade a vaga olímpica e ainda contando com times mais fracos trazidos pelos rivais. Mesmo assim, a seleção brasileira feminina está fora da final do Pan com a derrota por 69 a 68 para Porto Rico e vai brigar pelo bronze.
Nesta segunda-feira, Porto Rico desafiou o favoritismo do Brasil, chegou a estar perdendo por dez pontos e ainda assim venceu. Com isso, as caribenhas decidem a medalha de ouro na terça, às 23h (de Brasília), contra o vencedor de Colômbia e México.
A final inusitada é fruto do calendário. EUA veio com um time universitário de terceiro escalão porque as principais faculdades já começaram a treinar para a temporada e não liberaram atletas. Canadá também veio com seu time de novos. A Argentina, vice-campeã do Pré-Olímpico, não trouxe três titulares. E Cuba não competiu por problemas políticos no torneio qualificatório.
Nesta segunda, o Brasil perdeu para si mesmo. Nos poucos momentos em que a seleção tentou, dominou as porto-riquenhas. Era só apertar um pouco a defesa e escolher melhor os arremessos que as brasileiras conseguiam abrir no placar – ou tirar diferenças. O problema é que momentos como esse foram raros.
BRASIL ABRE MÃO DE CESTINHA E PERDE
A ala Iziane chegou para a semifinal do basquete feminino como a maior cestinha do basquete feminino dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara. Mesmo assim, ficou de fora de boa parte do segundo tempo e de todo o quarto período da derrota do Brasil para Porto Rico por 69 a 68, nesta segunda-feira. “Foi uma decisão tática”, explicou o técnico Ênio Vecchi após o jogo.
Os principais motivos para isso foram Érika, Damiris e Babi. Começando pela última citada, a armadora titular chegou a quatro faltas no começo do terceiro quarto e já tinha sido poupada na segunda parcial. Com isso, a jovem Tassia, em sua primeira competição pela equipe, teve de armar a seleção em momentos-chave do jogo. E não conseguiu.
Quanto às pivôs, o problema foi o mesmo. Como fora do garrafão a defesa estava aberta, as duas gigantes do Brasil tiveram de se esforçar perto da tabela. E se encheram de faltas. Somada à lesão de Clarissa, na primeira fase, Ênio Vecchi teve de usar Silvia Gustavo, sua ala titular, dentro do garrafão em boa parte do jogo.
Aliás, voltando à partida. No primeiro quarto, o Brasil venceu por 17 a 13. No segundo, as porto-riquenhas equilibraram, chegaram a estar na frente, mas as brasileiras foram ao intervalo com 40 a 35. No terceiro, as caribenhas aproveitaram uma sequência de quatro minutos sem levar pontos e viraram o jogo, 56 a 52. No último período, chegaram a estar atrás por dois pontos, mas terminaram à frente.
“Tiraram proveito dos nossos erros e basquete é assim, um dia que você está mais ansioso pesa. Nós sabemos onde erramos. É um dos poucos times que conseguiu fazer 70 pontos na gente, não conseguimos nos defender. E nossos erros facilitaram para perdermos. Mas vamos levantar a cabeça e vamos brigar pela medalha de bronze”, tentou explicar o treinador Ênio Vecchi à TV Record após a derrota.
A ala Palmira preferiu não apontar culpados para a derrota e reclamou apenas da falta de foco pelo fraco desempenho diante de Porto Rico.
“A gente entrou desfocada, não tem muita explicação. Não subestimou, acabou pecando e é isso, não tem muito o que falar”, lamentou Palmira.