Adrian Jaoude é seguro pelas pernas contra o canadense Jeffrey Adamson e perde
23/10/2011 - 21h59
Adrian Jaoude mentaliza até cor do macacão, mas acaba sem medalha na luta olímpica
Bruno Doro Em Guadalajara (México)
“Eu mentalizei toda a competição, até a cor da malha que iria usar”, disse Adrian Jaoude ao fim de sua primeira luta. Uma pena que a estratégia não deu certo. Depois de acertar que lutaria de vermelho em sua estreia e que encararia um cubano por uma vaga na final, ele acabou derrotado em suas duas lutas seguintes e ficou fora do pódio da categoria até 84 kg da luta estilo livre.
Ironicamente, ele volta para casa com o mesmo número de vitórias de uma compatriota que subiu ao pódio: Joice Silva venceu uma vez para conquistar a medalha de bronze na luta feminina até 55 kg. A vitória de Adrian foi sobre o panamenho Roberto Espinosa, em sua primeira luta.
As duas derrotas do carioca (que nasceu no Líbano mas se mudou com a família para o Rio de Janeiro aos oito anos) foram para o cubano Humberto Arencibia e para o canadense Jeffrey Adamson. Em ambas, a sorte não foi muito amiga do brasileiro. Contra o cubano, perdeu os dois rounds por erros seus.
Na luta em que poderia conquistar a medalha de bronze, o brasileiro começou melhor, venceu o primeiro round e estava melhor, mas acabou levando um golpe do canadense na metade do assalto e foi derrotado por 4 a 0 logo depois.
“Nossa estratégia era ir com tudo no primeiro assalto e anular a luta dele. Vimos que ele estava sem força e o segredo era usar isso para mim. Deu certo no primeiro assalto, mas no segundo ele percebeu a estratégia, defendeu bem minhas entradas e e acabou com meu gás. No terceiro round, eu já não conseguia ser eficiente”, lamentou Adrian Jaoude.
Embora não tenha conseguido a medalha de bronze, o brasileiro terminou em quinto e se disse contente por ter evoluído em relação ao último Pan, quando foi apenas sétimo. “Ficar entre os oito é uma honra e mostra que a luta brasileira está evoluindo. No Pan passado, fui sétimo e agora terminei em quinto. Ainda tenho 2015 para evoluir, até 2016. Em 2016 talvez eu pare. Mas é talvez”, completou Adrian.
Irmão e medalhista do Pan de 2003, na República Dominicana, Antoine Jaoude lembra que, para o irmão, o chaveamento nunca é favorável. “O Adrian está evoluindo muito e, na minha opinião, já é o lutador mais técnico das Américas na categoria dele. Mas ele nunca teve nada fácil. Em todos os torneios, cai sempre na chave de um cubano, um americano”, conta o irmão coruja, eliminado em sua estreia no Pan após chegar ao México apenas 40 dias depois de operar o cotovelo direito.
Voltando à mentalização, a tática é usada pelo mais novo dos Jaoude há tempos. Para o Pan, ele viu, antes, a chave e até a cor da roupa que usaria. “Eu vi que iria começar a lutar de vermelho e que o cubano seria o rival na semifinal”, diz o brasileiro.
“O mais importante hoje é ver a maturidade que o Adrian mostrou. Enfrentou um cubano e não foi dominado. Antes, os brasileiros levariam 4 a 0, 6 a 0. Os dois rounds foram 1 a 0 para o cubano. Isso mostra uma evolução muito grande. E não é qualquer cubano não. Esse cara venceu um compatriota muito forte para estar aqui”, completou o irmão Antoine.