Mexicana deixou rivalidade de lado e carregou Juliana após a decisão no vôlei de praia
22/10/2011 - 00h30
Visitante incômodo, Brasil frustra e irrita o anfitrião México no Pan
Do UOL Esporte Em Guadalajara (México)
Sabe aquele visitante incômodo, que entra na sua casa, abre a geladeira e coloca o pé em cima da mesa? Foi mais ou menos assim que o Brasil se comportou em relação ao México nesta sexta-feira nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara.
No vôlei de praia, no handebol, no tiro e no nado sincronizado os brasileiros derrotaram os mexicanos e frustraram a fanática torcida local. Em alguns casos, deixaram os donos da casa bastante irritados.
O confronto mais dramático entre Brasil e México aconteceu em Puerto Vallarta, sub-sede do vôlei de praia. As campeãs mundiais Juliana e Larissa tinham aparentemente uma tarefa fácil na final contra as mexicanas Garcias e Candelas.
Mas para ficar com o ouro a dupla brasileira precisou superar a má atuação e a empolgação das rivais, que chegaram a ter a bola nas mãos para fechar a partida.
“Estivemos perto, muito perto do título, mas lamentavelmente a medalha se foi. As brasileiras são campeãs do mundo e nós não poderíamos ter tido o luxo de cometer erros”, disse Candelas.
No masculino, o Brasil também frustrou o México. Em outro jogo duro, desta vez válido pelas semifinais, Alison e Emanuel venceram Virgen e Miramontes por 2 sets a 1 e se classificaram para a decisão. “Nós tivemos muita dificuldade em vencê-los porque eles estavam sempre apoiados pela torcida”, comentou Alison.
Se o público fez diferença no vôlei de praia, no handebol nem toda torcida do mundo seria capaz de ajudar o México contra o Brasil na semifinal feminina. A vitória brasileira por 43 a 12 foi uma das mais tranquilas da equipe em toda a competição.
"A gente esperava que o México viesse mais forte, por ser a equipe da casa e por se tratar de uma semifinal. O importante é que conseguimos nos concentrar para fazer um bom jogo ", afirmou a armadora Deonise.
Na arquibancada, os mexicanos reconheceram o esforço da seleção local, com gritos de “Si, se puede” (Sim, é possível). Já no nado sincronizado, o comportamento da torcida extrapolou a esportividade. E o bronze do conjunto brasileiro acabou sendo vaiado.
O duelo Brasil x México tomou a atenção do parque aquático. Quando as meninas brasileiras caíram na água a um som futurista, a torcida mexicana não perdoou. Vaias, muitas vaias. Que se repetiram após a divulgação da nota que colocou o Brasil no pódio.
"Foi uma competição muito difícil e tivemos que enfrentar a torcida mexicana que é muito forte. O México competiu muito bem. Mas nós trabalhamos muito também. Estou feliz pra caramba", disse a técnica Maura Xavier.
No tiro, Brasil e México também disputaram a medalha de bronze. E com polêmica. Bruno Heck e Blas Ruiz duelaram até o final, com vitória do brasileiro por apenas 1,7 ponto. A diferença só foi conseguida por causa de uma punição ao mexicano na fase classificatória, por movimentação ilegal. A delegação brasileira cogitou até a pedir a desclassificação do atleta, mas voltou atrás. No final, não foi preciso para assegurar a medalha.